Flutuações econômicas e desemprego por gênero no Brasil: uma verificação empírica da Lei de Okun (2002 - 2015)
Resumo
Esta dissertação tem como objetivo verificar empiricamente a Lei de Okun (1962), relação negativa entre as variáveis macroeconômicas de produto e desemprego, para a economia brasileira do período que se estende do segundo trimestre de 2002 ao primeiro trimestre de 2015. Os dados utilizados são os dados disponíveis no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), para o PIB trimestral da economia brasileira e dados da taxa de desemprego trimestral total e segundo o gênero da mão de obra, coletados pela Pesquisa Mensal do Emprego (PME), realizada pelo IBGE, para as regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. No sentido de verificar econometricamente a relação de Okun, o estudo se vale de modelos de gap, via Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), modelos estes que consideram a primeira diferença da taxa de desemprego como dependente negativamente do hiato do produto. Os resultados confirmam a relação de Okun no período analisado, com valores dos coeficientes de 0,09, quando considerado o desemprego nacional total, de 0,09 para o desemprego masculino e 0,11 para o desemprego feminino. Estes resultados encontrados são comparáveis com Ball et al. (2013), para o modelo do desemprego total e com Hutengs e Stadtmann (2014), para os modelos considerando o gênero do trabalhador. Os coeficientes permitem inferir que as mulheres são mais sensíveis às flutuações econômicas do que os homens, o que indica que a inserção de ambos ocorre de maneira diferenciada no mercado de trabalho.