Rede social de apoio no cuidado às pessoas com estomia: implicações para a enfermagem
Resumo
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo descritiva, que teve como objetivo compreender
as redes sociais de apoio no cuidado às pessoas com estomia cadastradas no Programa
Municipal de Estomias de um município de pequeno porte do interior do RS. Os sujeitos da
pesquisa foram seis pessoas com estomia intestinal cadastradas no programa. Para coleta de
dados utilizou-se entrevista semiestruturada e observação. A análise se deu por meio da
análise de conteúdo temática que desdobra-se em três etapas: a pré-análise, a exploração do
material e o tratamento dos resultados obtidos e interpretação. Foram respeitados todos os
aspectos éticos das pesquisas com seres humanos, conforme a Resolução 196/96, do Conselho
Nacional de Saúde. As categorias oriundas da análise dos dados são descritas e discutidas em
três artigos, que compõem a essência do presente trabalho: Artigo 1: As redes sociais de
apoio no cuidado às pessoas com estomias: revisão bibliográfica; Artigo 2: Nem eu sabia
que tinha tantas pessoas por mim: rede social de apoio às pessoas com estomia; Artigo 3:
Com um pouco de cuidado a gente vai em frente: vivências de pessoas com estomia. Os
resultados do artigo 1 se deram por meio da análise de 11 artigos da literatura, dos quais
emergiram as categorias: Apoio familiar; Apoio da associação e grupos de pessoas com
estomias; e Apoio realizado pelo enfermeiro e outros profissionais da saúde. Os estudos
qualitativos foram os mais frequentes e a produção científica de enfermagem numericamente
pequena. Concluiu-se que o conhecimento sobre a rede social de apoio é importante para o
cuidado às pessoas com estomias. O artigo 2 revelou que a rede social de apoio das pessoas
com estomia era composta pelos familiares, amigos, vizinhos e colegas de trabalho, e
profissionais de saúde. Por meio deste, viu-se a importância da presença de uma rede social
fortalecida na vida das pessoas com estomia, pois esta possibilita um apoio essencial para sua
reabilitação e convivência com a nova condição de vida. A partir do artigo 3 emergiram as
categorias: eu sou muito bem cuidado, é um pouco diferente a minha vida e é preciso andar,
parar não dá. Percebeu-se que é fundamental compreender as formas de cuidado que
permeiam as vivências das pessoas com estomia, bem como as alterações que acontecem em
suas vidas e o modo como elas enfrentam essas situações. Acredita-se que esse conhecimento
possa aproximar o enfermeiro da realidade em que vivem essas pessoas, instrumentalizando-o
para uma assistência qualificada e resolutiva.