Revelação do diagnóstico aos filhos infectados por Transmissão vertical do HIV: significados para as mães
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2012-11-28Metadatos
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O objetivo geral da pesquisa consistiu em compreender as significações atribuídas pelas mães
biológicas ao processo de revelação do diagnóstico de HIV/aids para os filhos infectados por
transmissão vertical. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratório descritiva.
A produção dos dados ocorreu no período de abril a junho de 2012, por meio de entrevistas
semiestruturadas, respeitando os aspectos éticos das pesquisas com seres humanos, seguindo a
Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os sujeitos foram sete mães biológicas
que acompanham seus filhos infectados pelo HIV ao Serviço de Infectologia/Ambulatório
Pediátrico do Hospital Universitário de Santa Maria. Os dados foram submetidos à Análise de
Conteúdo modalidade Temática, emergindo três categorias principais: Eu não sabia que eu
tinha ; A doença me trouxe coisas boas e coisas ruins ; e Processo de Revelação do
diagnóstico ao filho. Evidenciou-se que a mãe é a principal cuidadora da criança infectada,
participando das consultas, responsabilizando-se pela adesão do filho ao tratamento e,
sobretudo pela revelação do diagnóstico. Assim, tem-se que os significados da revelação são
construídos e elaborados desde o momento que a mãe tem conhecimento do seu diagnóstico,
sendo caracterizado como um momento assustador, diante dos questionamentos dos
profissionais de saúde e pela probabilidade de transmissão vertical ao filho. Além disso, a
mãe também é envolvida pela dúvida sobre a fidelidade do seu companheiro, o
responsabilizado pela sua condição de saúde. Porém, aos poucos a mãe identifica outros
fatores que favoreçam novos sentidos à vida. Alguns fatores ligados à qualidade de vida
foram identificados pelas mães como mudanças positivas que a doença proporcionou à sua
vida, e outros que remetem à condição de estar doente de aids, como situações ruins que
surgiram com a doença. Assim, a revelação caracterizou-se como um processo, no qual as
informações foram reveladas gradualmente, conforme questionado pela criança ou conforme a
sua adesão ao tratamento, apresentando fatores facilitadores ou de resistência para o início do
processo. Por fim, evidenciou-se como uma especificidade da transmissão vertical o receio
das mães em serem julgadas pelos filhos pela transmissão do vírus.