Hábitos saudáveis e capacidade para o trabalho em trabalhadores do serviço hospitalar de limpeza
Fecha
2014-03-31Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Este estudo objetivou avaliar a associação entre hábitos saudáveis e capacidade para o trabalho nos trabalhadores do Serviço Hospitalar de Limpeza de um hospital universitário público do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma pesquisa transversal com abordagem quantitativa realizada com 157 trabalhadores, no período de março a abril de 2013. Utilizaram-se o Questionário de Percepção de Hábitos Saudáveis (QPHAS) e a versão brasileira do Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT). A análise dos dados foi realizada no programa PASW 18.0, por meio da estatística descritiva e multivariada. Encontraram-se 87,9% de trabalhadores do sexo feminino, com idade média de 39,9 anos (±9,8); 38,9% com ensino médio completo; renda familiar per capita média menor que um salário mínimo nacional (média 0,86 (±0,47), mínimo de 0,20 e máximo de 2,95 salários); 65,6% Serventes de Limpeza; 34,4%, Auxiliares de Limpeza de Materiais; com tempo médio de trabalho na instituição de 32,5 meses (±48,9); 58,6% necessitaram de atendimento médico no último ano; 6,4% de acompanhamento psicológico e 51% faziam uso de medicação. Em relação à percepção de hábitos saudáveis, 67,5% dos trabalhadores apresentaram alta percepção. Nas dimensões controle do peso corporal, alimentação e atividade física do QPHAS, respectivamente 70,7%, 73,9% e 68,8% apresentaram alta percepção de hábitos saudáveis. Em relação à capacidade para o trabalho atual, 36,6% apontaram 10 como pontuação percebida; em relação às exigências físicas e mentais 44,4% e 63,5% respectivamente apontaram como boa a capacidade atual para o trabalho; 29,9% não apresentaram nenhuma doença diagnosticada pelo médico; 56,1% referiram não ter impedimento para o seu trabalho atual em relação às suas doenças ou lesões; 56,7% não apresentaram nenhuma falta ao trabalho; 77,7% referiram ser boa a possibilidade de daqui a dois anos conseguirem desempenhar o seu trabalho atual; 54,8% referiram estarem sempre satisfeitos com as atividades diárias de seu trabalho; 71% referiram sentir-se continuamente cheios de esperança para o futuro; 79,6% apresentaram boa/ótima capacidade para o trabalho, e 20,4%, baixa/moderada. Evidenciou-se correlação positiva baixa entre o ICT e as dimensões alimentação (r=0,174; p=0,029) e atividade física (r=0,207; p=0,009) e no escore geral do QPHAS (r=0,179; p=0,025). Após ajustes por fatores de confundimento (p<0,25), não ter tempo para o lazer se mostrou associado à redução da capacidade para o trabalho (OR=2,26; IC95%=1,268 4,015; p=0,006). Estes resultados podem subsidiar o planejamento de ações de promoção e de prevenção de agravos à saúde dos trabalhadores do Serviço Hospitalar de Limpeza, contribuindo para a manutenção da capacidade para o trabalho.