Distribuição e diversidade espaço- temporal da Classe Collembola na região central do Rio Grande do Sul, Brasil
Abstract
A medida que a expansão agrícola avança sobre os ecótopos do Bioma Pampa, a simplificação e a contaminação de ambientes tem se tornado os principais agentes causadores da perda de diversidade de vários organismos do solo entre eles os colêmbolos. A Classe Collembola é um dos grupos mais abundantes na fauna do solo, sendo responsável pela fragmentação de detritos vegetais, dispersão de fungos, decomposição, mineralização de nutrientes, entre outros, desempenhando assim papel fundamental na dinâmica do funcionamento dos ecossistemas. Os colêmbolos possuem distribuição cosmopolita e estão presentes em quase todos os ecossistemas, desde áreas alagadas até altitudes mais altas. Apesar de desempenhar papel fundamental no funcionamento dos ecossistemas e estarem presentes em todas as regiões zoogeográficas, estudos da Classe Collembola, são negligenciados e incipientes em várias regiões, como é o caso do Rio Grande do Sul. Neste intuito, o presente estudo teve como objetivo inventariar a distribuição dos colêmbolos em diferentes usos de solos na Depressão Central do Rio Grande do Sul, aliando o estudo taxonômico à parâmetros ecológicos, com fins de contribuir para o conhecimento da dinâmica populacional da Classe Collembola em diferentes usos de solo nesta região. Foram realizadas coletas com auxílio de armadilhas do tipo PROVID no período de novembro de 2013 à junho de 2014, de modo a cobrir a sazonalidade anual. Ao todo foram identificadas dezenove espécies, dezoito gêneros, pertencentes a sete famílias. Os resultados demostraram indícios de sazonalidade na distribuição dos colêmbolos e uma preferência pela área de floresta conservada, com onze espécies pertencentes a seis famílias, coletadas. Sendo que as áreas com menores riquezas de espécies foram a floresta impactada, com sete espécies pertencentes a quatro famílias e a lavoura com oito espécies, pertencentes a quatro famílias, coletadas. Esses dados sugerem para as perdas de diversidade causadas principalmente pela fragmentação de ecossistemas e pelo uso indiscriminado de agrotóxicos.