Influência da irrigação do arroz nas vazões naturais na bacia do Rio Vacacaí
Resumo
Este estudo teve por objetivo aplicar e avaliar a metodologia simplificada proposta por Paiva et al (2006 b) na bacia do Rio Vacacaí, com vistas à obtenção de informações de vazões naturais. As análises foram realizadas através de informações hidrológicas e da utilização de técnicas de geoprocessamento para determinação das demandas hídricas das lavouras orizícolas e para subdivisão da bacia. O estudo do uso e ocupação do solo realizado mostrou que as várzeas do Rio
Vacacaí estão cobertas por lavouras orizícolas e que as mesmas ocupam 8,06% da área da bacia hidrográfica. Fatores como escassez de dados de chuva e incerteza nos valores de demanda adotados foram significantes para prejudicar a qualidade dos ajustes, entretanto foi possível perceber
que a metodologia mostrou-se bastante eficiente na determinação das vazões naturais de sub-bacais com aproximadamente 3.456 km² de área e que devido a fatores não considerados no modelo, como propagação em rios e efeitos de armazenamento, não foi possível obter melhores resultados para sub-bacias de maiores dimensões. Dentre os intervalos de discretização do modelo, os que apresentaram os melhores resultados foram aqueles com geração e propagação de vazões mensais e geração de vazões diárias e propagação das vazões médias de 7 dias, destacando a simulação mensal devido ao amortecimento das vazões máximas, as quais não foram bem representadas. A análise de sensibilidade dos parâmetros do modelo versão mensal, demonstrou que a constante de recessão Kkt não apresentou sensibilidade para as funções estudadas (coeficiente de Nash e Sutcliffe, vazão de pico e variação do volume escoado) diferentemente dos parâmetros que estão diretamente relacionados com escoamento superficial, Sat e Pes, que foram os mais sensíveis quando considerada a vazão de pico. Por meio da pesquisa foi possível comprovar que em áreas
onde há altos índices de lavouras de arroz, as vazões registradas nos postos fluviométricos são subestimadas, tornando-se importante para os gestores o conhecimento das vazões naturais.