Utilização de modelo matemático de qualidade da água para análise de alternativas de enquadramento do rio Vacacaí Mirim
Resumo
Em busca de desenvolvimento econômico, a sociedade utiliza a água de forma abusiva, exigindo, dessa forma, a gestão dos recursos hídricos. O uso de modelos matemáticos que simulam as condições de qualidade da água torna-se uma ferramenta importante para quantificar a capacidade de autodepuração do rio. O objetivo desta pesquisa é avaliar propostas de enquadramento para a bacia hidrográfica do Rio Vacacaí Mirim, utilizando como ferramenta de apoio o modelo
matemático de qualidade da água QUAL2E. Os usos preponderantes da bacia são o abastecimento público, agricultura de cultivo temporário ou permanente, pecuária e
balneários. Os dados para calibração do modelo foram obtidos de três campanhas de amostragem de água. Os parâmetros simulados foram: oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), coliformes termotolerantes, nitrito, nitrato e
fósforo dissolvido. As simulações de prognóstico foram feitas para as vazões Q80, Q90 e Q95, nas condições naturais e nas condições com demandas de água para irrigação. Na calibração verificou-se que a qualidade da água do Rio Vacacaí Mirim apresenta boas condições. Exceto nos trechos iniciais considerados na modelagem, onde os valores das concentrações ultrapassam os limites estabelecidos para a
classe 2 e 3 da Resolução nº 357/05 do CONAMA, para todos os parâmetros. No prognóstico, os resultados excedem os limites das classes, principalmente com a vazão Q95, em vários trechos. As alternativas de enquadramento sugeridas em função dos usos da água na bacia e simulações do modelo são: classe 3 para os três primeiros trechos do rio, indicando como principal medida o tratamento de esgoto nesses trechos, e classe 2 para o restante do rio; e classe 2 para todo o rio.