Retração total e penetração de cloretos em concretos compostos com cinza de lodo de ETA e outras adições minerais
Abstract
O uso de adições minerais e de substituições destas no processo de produção do concreto traz grande benefício à sociedade, por dar um destino a resíduos poluentes e, principalmente, por reduzir o consumo de energia e a poluição do ar gerados pela produção do cimento, ao substituir grande parte desse produto na indústria da construção civil. Neste estudo, investigou-se a influência do teor e do período de cura na utilização de misturas contendo diferentes teores de cinza de lodo de ETA (CLETA), cinza de casca de arroz (CCA) e escória de alto forno (EAF), frente à retração total e à penetração de cloretos de concretos com cimento Portland de alta resistência inicial. Para isso, foram testadas dez misturas aglomerantes, nas relações água/aglomerante 0,35, 0,50 e 0,65, com períodos de cura úmida de 3 e 7 dias. As substituições do cimento Portland por CLETA variaram de 0% a 30%, havendo ainda misturas ternárias, 20% CLETA e 5% EAF, 20% CLETA e 10% EAF, e quaternária, 15% CLETA, 5% EAF e 5% CCA. As leituras de retração foram realizadas com o uso do comparador de expansibilidade nas idades de ensaio, 0, 7, 14, 21, 28, 35, 56, 91, 182 e 365 dias após a retirada da câmara úmida. Após o período de 91 dias de secagem, foi realizado o ensaio de penetração de cloretos por imersão, a fim de analisar a profundidade de penetração de cloretos em corpos de prova em estado de retração. Dos resultados obtidos, constatou-se que, de maneira geral, embora tenham sido observados valores de retração pouco maiores para a cura de 3 dias, não foi constatada variação pronunciada entre os prazos de cura. De todas as misturas investigadas, a que apresentou menor valor de retração foi a de referência, em todas as idades de ensaio e nos dois períodos de cura. Seguido desta, em ordem crescente de retração, vem 5%CLETA (5 L), 10% CLETA (10 L), 15% CLETA (15 L), que tiveram na maioria das misturas um comportamento similar ao de 10% CLETA (10 L), seguido das misturas 20% CLETA (20 L), 25 %CLETA (20 L) e 30% CLETA (30 L). No que diz respeito à penetração de íons cloreto, houve um aumento na resistência quando o tempo de cura passou de 3 para 7 dias. Constatou-se que as misturas ternárias e quaternárias apresentam melhores desempenhos quando comparadas às misturas binárias, compostas por CLETA e cimento Portland.