Tranformada wavelet e redes neurais artificiais na análise de sinais relacionados à qualidade da energia elétrica
Resumo
Este trabalho apresenta um diferente método para a classificação de distúrbios em sinais elétricos visando analisar a qualidade da energia elétrica (QEE). Para isso, a análise de componentes principais (ACP) e a transformada wavelet (TW) são associadas. O desvio padrão dos coeficientes de detalhes e a média dos coeficientes de aproximação da TW são combinados para extrair características discriminantes dos distúrbios. A ACP é utilizada para condensar a informação dessas características, originando um conjunto menor de
características descorrelacionadas. Estas são processadas por uma rede neural probabilística (RNP) para realizar as classificações. Na aplicação do algoritmo, inicialmente, foram utilizadas senóides puras e seis classes de sinais que representam os diferentes tipos de distúrbios: afundamentos e interrupções de tensão, flicker, transitórios oscilatórios, distorções harmônicas e notching. Em seguida, são acrescentadas mais quatro situações ocorridas em sistemas de geração distribuída (GD) conectados em redes de distribuição através de conversores. São elas: conexão da geração distribuída, conexão de carga local, operação normal e ocorrência de ilhamento. Neste caso, os sinais de tensão no ponto de acoplamento comum (PAC) entre a GD e a rede são medidos e analisados pelo algoritmo. Em ambos os casos, os sinais são decompostos em nove níveis de resolução pela
transformada wavelet, ficando representados por coeficientes de detalhes e aproximações. A aplicação da transformada wavelet discreta gera muitas variações nos coeficientes. Por isso a aplicação do desvio padrão, nos diferentes níveis de resolução, é capaz de quantificar a magnitude destas variações. Para considerar as características originadas pelas componentes de baixa freqüência contidas nos sinais, propõe-se o uso da média dos coeficientes de aproximação do sinal. Os desvios padrões dos coeficientes de detalhes e a média da
aproximação compõem um vetor de características contendo 10 variáveis para cada sinal analisado. Antes de realizar a classificação estes vetores passam por um algoritmo de análise das componentes principais, visando reduzir a dimensão dos vetores de características que continham variáveis correlacionadas e conseqüentemente, reduzir o tempo de processamento da rede neural. As componentes principais, descorrelacionadas, são ordenadas de forma que as primeiras componentes contenham a maior parte das informações das variáveis originais. Dessa forma, as três primeiras componentes são escolhidas, pois elas representam cerca de 90% das informações relacionadas com o sinal em estudo. Assim, um novo conjunto de variáveis é gerado através das componentes principais, reduzindo o número de variáveis contidas no vetor de características de 10 (dez) para 3 (três). Finalmente, estas 3 variáveis são inseridas em uma rede neural para a classificação dos distúrbios de forma que o resultado da rede neural indica o tipo de distúrbio presente no sinal analisado.