Produção de mudas de Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan e Luehea divaricata Mart. et Zucc. em diferentes substratos e lâminas de irrigação
Resumo
Parapiptadenia rigida (angico-vermelho) e Luehea divaricata (açoita-cavalo) são espécies nativas que apresentam ampla distribuição pelo território brasileiro, indicadas para recomposição de áreas que estão sendo recuperadas e áreas de preservação permanente. Essas espécies foram excessivamente exploradas, e apesar disso, ainda carecem de estudos relacionados a sua conservação e perpetuação. O presente estudo teve como objetivos avaliar os efeitos das lâminas de irrigação na sobrevivência e crescimento de mudas de Parapiptadenia rigida e Luehea divaricata em diferentes formulações de substrato em viveiro. O trabalho foi desenvolvido no Viveiro Florestal, do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Os frutos de Parapiptadenia rigida foram coletados em setembro de 2009, na região de Santa Maria (RS), de 28 árvores, e os frutos maduros de Luehea divaricata foram coletados em julho de 2010, no Morro do Cerrito, Santa Maria, em oito árvores matrizes. Após o beneficiamento, as sementes foram armazenadas para posterior semeio. A semeadura de açoita-cavalo e angico-vermelho foi realizada nos dias 22 de novembro e 10 de dezembro de 2010, respectivamente. Para ambas as espécies foram utilizadas delineamento em blocos casualizados, com 4 repetições, constituído de esquema fatorial, considerando 6 lâminas de irrigação (4, 8, 12, 16, 20 e 24 mm.dia-1) e 4 formulações de substratos (100T: 100% turfa; 80T: 80% turfa e 20% casca de arroz carbonizada; 60T: 60% turfa e 40% casca de arroz carbonizada; 40T: 40% turfa e 60% casca de arroz carbonizada), cujas variáveis altura, diâmetro do coleto, e relação h/d foram avaliadas no tempo, constituindo um trifatorial, e a variável sobrevivência, produção de massa seca, área foliar e Índice de Qualidade de Dickson (IQD), foram avaliados somente na última medição (bifatorial). Os resultados obtidos permitem inferir que, aos 184 dias após a semeadura, a sobrevivência de Parapiptadenia rigida e Luehea divaricata foram, respectivamente, 100% e acima de 93%. Além disso, para o angico-vermelho, a lâmina de 4 mm.dia-1 juntamente com o substrato composto por 80% Turfa e 20% casca de arroz carbonizada proporcionaram o melhor desenvolvimento das mudas. Para a açoita-cavalo, a lâmina de 16 mm.dia-1 em combinação com o substrato composto por 100% turfa, proporcionaram o melhor desenvolvimento das mudas. Assim, recomendam-se as lâminas diárias de 4 mm.dia-1 e 16 mm.dia-1 e os substratos 80T e 100T, para Parapiptadenia rigida e Luehea divaricata, respectivamente, como sendo ideais para o crescimento de ambas as espécies em viveiro.