Susceptibilidade in vitro de isolados de Pythium insidiosum frente a aminoglicosídeos e tigeciclina
Abstract
Pitiose é uma doença crônica que afeta humanos, outros mamíferos e pássaros. O seu agente
etiológico é um oomiceto aquático denominado Pythium insidiosum. A Pitiose evolui
rapidamente e pode se tornar fatal se não tratada nos primeiros estágios. A ausência de ergosterol
na parede da célula deste oomiceto impede o tratamento de pitiose com terapia antifúngica, pois a
maioria das drogas antifúngicas atua sobre a síntese de ergosterol. Os membros do gênero
Pythium são conhecidos por serem susceptíveis a alguns antimicrobianos do grupo das
tetraciclinas, macrolídeos, aminoglicosídeos e cloranfenicol. Este estudo teve como objetivo
avaliar a susceptibilidade in vitro de isolados de P. insidiosum frente aos aminoglicosídeos
gentamicina, neomicina, paromomicina e estreptomicina e ao derivado da minociclina
denominado de tigeciclina. Os testes de susceptibilidade foram realizados com 24 isolados de P.
insidiosum, utilizando o método de microdiluição em caldo, de acordo com o documento M38-
A2 do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Os valores de Concentração Inibitória
Mínima (CIM) de gentamicina, neomicina, paromomicina e estreptomicina variaram de 32 a 64
mg/L, e os valores de concentração fungicida mínima (CFM) variaram de 32 a 128 mg/l.
Tigeciclina apresentou boa atividade inibitória, com valores de CIM (0,25-2 mg/L) e CFM (1-8
mg/L). A susceptibilidade à tigeciclina observada in vitro faz deste fármaco uma boa opção em
futuros ensaios e in vivo, investigando o tratamento da pitiose.