Estudo toxicológico comparativo referente ao haloperidol na sua forma livre e nanoencapsulada
Abstract
A associação de haloperidol (HP) a nanocápsulas poliméricas proporciona uma significante melhora na eficácia terapêutica, prolonga o tempo de ação e reduz efeitos adversos motores em ratos. No entanto, tendo em vista a toxicidade do HP sobre órgãos como fígado e rim e o pouco conhecimento sobre a toxicidade das nanocápsulas poliméricas, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da formulação contendo haloperidol nanoencapsulado sobre parâmetros bioquímicos e marcadores de estresse oxidativo (EO) nestes mesmos tecidos, além do dano no DNA no sangue. Para este estudo, 28 ratos foram separados em quatro grupos experimentais (n=7) e tratados com solução aquosa contendo 5% polissorbato 80 (v/v) (grupo C), suspensão de haloperidol livre (grupo FH), suspensão de nanocápsulas branca (grupo B-Nc) e suspensão de haloperidol nanoencapsulado (grupo H-Nc). Todas as suspensões foram administradas aos animais (0,5 mg/kg-ip) uma vez por dia, durante 28 dias. Os resultados mostraram que o tratamento subcrônico com FH causou danos no fígado, evidenciado pelo aumento nos níveis de peroxidação lipídica e diminuição das defesas antioxidantes como vitamina C e superóxido dismutase, diminuição na integridade celular e aumento nos níveis plasmáticos das enzimas AST e ALT. O FH também causou danos no rim, mas em menor extensão, e causou danos ao DNA sanguíneo. Por outro lado, ratos tratados com H-Nc não apresentaram estas alterações. A partir deste estudo comparativo foi possível evidenciar que o haloperidol nanoencapsulado (H-Nc) não causou toxicidade subcrônica hepática e renal aos animais, preservando estes tecidos dos danos oxidativos e da perda da integridade celular, os quais foram observados nos animais tratados com o fármaco livre.