Argumentos transcendentais e naturalismo: as duas estratégias anticéticas de Strawson
Abstract
Esta dissertação tem por objetivo apresentar e analisar as duas estratégias
anticéticas de Strawson, denominadas de argumentos transcendentais e
naturalismo. Em virtude disto, parte-se, num primeiro momento, da distinção e
caracterização dos dois tipos de argumentos transcendentais o refutativo
(elêntico) e o dedutivo que figuram respectivamente nas obras Indivíduos e Os
Limites do Sentido. Num segundo momento, analisa-se tão somente o argumento
transcendental refutativo (elêntico) contido na primeira obra citada, o qual é
empregado por Strawson para justificar a crença na existência contínua dos
objetos, alvo do questionamento cético. E, por fim, se discute, por um lado, as
críticas que Stroud endereça a essa estratégia anticética, a saber, os argumentos
transcendentais não são suficientes para fazer frente ao ceticismo, o que implica
num abandono dos argumentos transcendentais como anticéticos por parte de
Strawson. E, por outro lado, apresenta-se o naturalismo como a nova estratégia
anticética strawsoniana, a qual estaria apoiada em Hume e Wittgenstein, bem
como o novo papel dos argumentos transcendentais, entendidos agora como
conectores conceituais no interior do esquema conceitual.