Alteridade e reconhecimento mútuo em Ricoeur
Fecha
2012-07-27Metadatos
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Desde uma perspectiva fenomenológica, investigam-se os conceitos éticos de alteridade e de reconhecimento mútuo na obra de Paul Ricoeur. Em primeiro lugar, mostra-se que, depois de destacar o papel central do outro no conceito aristotélico de amizade e na segunda formulação do imperativo categórico kantiano, Ricoeur sugere a sabedoria prática como ponto de equilíbrio entre a tendência teleológica e a deontológica. Em segundo lugar, com base na abordagem fenomenológica, demonstra-se que a polarização radicalizada nos termos ego e alter ego é inválida na medida em que não leva à valorização da singularidade do outro. Da relação entre a ética do respeito e a fenomenologia da simpatia, resulta que é preciso situar o caráter histórico e antropológico da alteridade, firmado mediante os conflitos inerentes à luta pelo reconhecimento. Por último, evidencia-se que a luta, a violência e o desprezo constituem formas de reconhecimento do outro, que negam a alteridade e ocultam o desejo de solidão mediante a sua morte. Como alternativa ao reconhecimento pela luta, apresenta-se o modelo de reconhecimento pacífico que se estabelece por meio da generosidade e da gratidão, próprios da dinâmica da troca de dons.