Ceticismo e anticeticismo: um estudo a partir do princípio de fechamento epistêmico
Resumo
A identificação e a análise de princípios epistêmicos têm possibilitado ganhos significativos
no estudo do ceticismo nas últimas décadas; contudo isso não significa que estejamos
próximos de um consenso sobre quais princípios devam ser aceitos. Entendendo p como
qualquer proposição que geralmente admitiríamos saber, como aqui há uma mão , e h como
algum cenário cético incompatível com a verdade de p, tal como p não é verdade mas apenas
uma ilusão projetada em minha mente , o argumento cético é comumente assim formalizado:
(1) Se S sabe que p, então S sabe que ~h; (2) S não sabe ~h, logo, (3) S não sabe que p. O
primeiro capítulo desta dissertação é destinado à análise detalhada das premissas desse
argumento, onde é apontado que sua cogência pode ser mantida a partir da defesa de uma
versão válida do princípio de fechamento epistêmico. O segundo capítulo trata da estratégia
anticética defendia por Fred Dretske, que busca refutar o ceticismo atacando sua primeira
premissa, rejeitando o princípio de fechamento. Ao término deste capítulo, é defendido que os
argumentos de Dretske falham no cumprimento de seu objetivo, sucumbindo frente a
importantes objeções. Finalmente, no terceiro capítulo, discorre-se sobre a resposta para o
cético apresentada por Peter Klein. Partindo de uma compreensão mais sofisticada do
princípio de fechamento epistêmico, Klein sinaliza que o cético não consegue construir um
argumento plausível para (2). Defende-se que essa análise do problema é adequada e resiste às
críticas de seus objetores.