Os lugares de produção da história militar: historiadores militares no Estado Novo
Resumo
O presente trabalho tem como principal problemática compreender o sentido político da rememoração do passado no interior do Exército e de que forma a produção histórica da própria instituição contribuiu para a criação de um discurso que justificava a sua finalidade social ou política no Estado Novo. Ademais, Como tais narrativas sobre o passado da instituição colaboraram para a criação de uma identidade para os soldados nesse período. Este trabalho busca analisar a historiografia produzida por um grupo de indivíduos, civis ou militares, que estaria vinculado ao Exército por intermédio de alguma instituição, imprensa ou órgão direta ou indiretamente ligado as Forças Armadas. No caso desta pesquisa, três lugares de produção historiográfica foram selecionados: a Biblioteca Militar, a Revista A Defesa Nacional e a Revista Nação Armada , todas vinculadas ao Exército ou/e possuindo escritores militares, com relações estreitas com o governo de Getúlio Vargas. Dois temas destacaram-se na produção militar: as narrativas biográficas e o anticomunismo. Neste texto discorre-se sobre como essas narrativas biográficas transformavam as trajetórias dos heróis em exemplos morais. A exaltação do heróico como forma de identificação pelo Exército no Estado Novo, também possuía o seu oposto: o traidor. Conceito associado aos comunistas, depois dos levantes da Aliança Nacional Libertadora em 1935. Em um segundo momento, discorre-se sobre o lugar ocupado pelas Forças Armadas na formação da nacionalidade , no passado, no presente e no futuro da nação, a partir das narrativas históricas da Biblioteca Militar e nas Revistas Militares. O trabalho pertence ao Programa de Pós-graduação em História, da UFSM, que possui a área de concentração História, Poder e Cultura, fazendo parte da linha de pesquisa Fronteira, Política e Sociedade, obteve bolsa por intermédio do órgão financiador CAPES.