Processos existenciais em reportagens de capa da revista superinteressante
Resumo
Esta dissertação tem como tema o estudo dos processos existenciais do sistema de transitividade da gramática sistêmico-funcional (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2004). Esta abordagem funcionalista entende a linguagem como um sistema que pode ser estratificado e categorizado. Tendo em vista essa possibilidade, realizamos uma pesquisa quantitativa e qualitativa, que trabalha ao mesmo tempo com dados numéricos e com análise e interpretação dos achados em um determinado contexto. O principal objetivo desta pesquisa é identificar verbos que podem constituir processos existenciais em língua portuguesa, tanto os prototípicos quanto outros verbos, em um corpus de dezesseis (16) reportagens de capa da revista Superinteressante, sendo oito (8) reportagens com temática científica e oito (8) com temática histórica. Inicialmente, criamos uma lista de palavras com o auxílio da ferramenta Word Smith (SCOTT, 2008), selecionamos todos os verbos que poderiam funcionar como processos existenciais e analisamos todas as suas ocorrências. Foram analisados os quinze (15) verbos mais frequentes na pesquisa realizada. Os resultados apontam para a prevalência dos verbos haver e existir em reportagens científicas, e morrer e nascer em reportagens históricas. Os Existentes, mais frequentemente funcionando em posição temática, constituem, em sua maioria, seres não conscientes. Poucos são os Existentes referidos a pessoas. O verbo ter , típico da linguagem falada brasileira, é empregado com sentido de existir e tem seu Existente sempre em posição remática. Esses resultados podem contribuir para a descrição das orações existenciais na perspectiva hallidayana. A partir disso, interpretamos a contribuição dos processos existenciais para o gênero reportagem (BONINI, 2003; LAGE, 1987; MELO, 1994) de acordo com as temáticas da revista Superinteressante.