Biodisponibilidade e tolerabilidade do diclofenaco de sódio via tópica ou oral em pôneis sadios
Resumo
Os estudos sobre a utilização tópica do diclofenaco conduzidos na espécie equina abordam em sua maioria a farmacocinética e o efeito clínico desta medicação. A tolerabilidade frente ao diclofenaco e a utilização deste medicamento por via oral têm sido pouco estudadas. Nossos objetivos foram obter dados relacionados à farmacocinética sanguínea e distribuição do diclofenaco de sódio no líquido
sinovial, após a administração oral e tópica em pôneis sadios, bem como avaliar a tolerabilidade do diclofenaco de sódio administrado por via oral e tópica, usando uma frequência de administração semelhante a um período de tratamento. Pôneis clinicamente sadios foram divididos em três grupos e
tratados com diclofenaco por via tópica (grupo I, n=6) e oral (grupo II, n=6), na dose de 2,5 mg kg-1 e fenilbutazona oral (grupo III, n=3) na dose de 2,2 mg kg-1. Para avaliar a biodisponibilidade foram coletadas amostras de sangue em diferentes momentos, desde 30 minutos até 144 horas após início do tratamento e amostras de líquido sinovial as 6, 12 e 24 horas, após o início do tratamento. Amostras de
sangue foram coletadas a cada 24 horas até 144 horas após início do tratamento para hemograma, leucograma, bioquímico e coagulograma. Diferenças significativas foram encontradas entre o grupo I e o grupo II em determinados tempos no tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial
ativado, fibrinogênio, hematócrito, hemoglobina, hemácias, leucócitos totais, segmentados, bastonetes, linfócitos, eosinófilos e fosfatase alcalina. Resultados semelhantes foram observados entre o grupo II e o grupo III, no entanto o tempo de tromboplastina parcial ativado não apresentou diferença. Embora a concentração plasmática do diclofenaco de sódio no grupo II tenha sido mais elevada que no grupo I, a
concentração sinovial foi maior no grupo I. Os dados obtidos sobre a biodisponibilidade e tolerabilidade do diclofenaco em pôneis mostram que a aplicação tópica é superior à oral por resultar em concentrações sinoviais mais elevadas do fármaco, além de ser mais segura, pois não alterou
significativamente os parâmetros avaliados.