Rota de ação da prostaglandina F22α administrada via submucosa vulvar na luteólise de bovinos
Resumo
O presente trabalho teve por objetivo verificar se a prostaglandina F2α (PGF2α)
administrada na submucosa vulvar (IVSM) induz a luteólise ao alcançar o corpo lúteo (CL)
diretamente por uma via local, evitando sua metabolização nos pulmões, ou após a absorção e
distribuição através da circulação sistêmica. Em um primeiro estudo, o estro de 1937 vacas de
corte foi monitorado durante 5 dias (25,6% de estro). No dia 5, as vacas que não apresentaram
estro receberam 5mg de dinoprost via IVSM (1/5 da dose padrão; n=1440), resultando em
68,2% de estro nos 5 dias seguintes. Todavia, em outro experimento utilizando a mesma dose,
o número de novilhas detectadas em estro após o tratamento IVSM (47,4%, n=97) ou
intramuscular (IM; 54,7%, n=95) no dia 5 não diferiu entre os grupos (P>0,05). Com base na
concentração sérica de progesterona, os animais tratados com 5mg de dinoprost no dia 5 do
ciclo estral não apresentaram luteólise funcional, independentemente da via de administração.
Após o tratamento com 5mg dinoprost IM ou IVSM no dia 10 do ciclo, 3/5 e 2/5 animais
apresentaram luteólise, respectivamente. Entretanto, a luteólise ocorreu em todos os animais
tratados com 25mg de dinoprost, independente do dia do ciclo estral (dia 5 ou 10). A
concentração de PGF2α não diferiu no soro das veias uterina e jugular. O mesmo foi
observado quanto ao padrão de 13,14-dihidro-15-ceto prostaglandina F2α (metabólito de
PGF2α; PGFM) sérico ao longo do tempo após a aplicação de 5 mg de dinoprost via IM ou
IVSM. Em resumo, a via de administração de PGF2α (IVSM ou IM) resultou em
concentrações séricas semelhante de PGF2α, PGFM e luteólise. Embora evidências anatômicas
permitam sugerir que a PGF2α injetada via IVSM possa ser transportada diretamente aos
ovários, a injeção de PGF2α via IVSM atinge a circulação sistêmica antes de chegar ao ovário,
e a eficácia de baixas doses de PGF2α é dependente da fase luteal e não da via de administração.