Prednisona e meloxicam no tratamento de ratos submetidos ao trauma agudo da medula espinhal
Abstract
Considerando a relevância dos estudos destinados às lesões traumáticas da medula espinhal em humanos e animais, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito da prednisona e meloxicam na terapia de ratos submetidos ao modelo experimental de trauma agudo da medula espinhal induzida pelo cateter de Fogarty 2Fr, mediante avaliação do perfil oxidativo, dos testes neurológicos e exame histopatológico da medula espinhal. Foram utilizados 90 ratos Wistar, distribuídos em seis grupos denominados GCS ou salina (n=15), GCP ou controle prednisona (n=15), GCM ou controle meloxicam (n=15), GTS ou trauma mais salina (n=15), GTP ou trauma mais prednisona (n=15) e GTM ou trauma mais meloxicam (n=15). Cada grupo foi redistribuído em três subgrupos de acordo com o tempo de tratamento no pós-operatório de 24h, 72h e sete dias. Todos os grupos foram submetidos à laminectomia e nos grupos GTS, GTM e GTP, após a exposição da medula espinhal, foi realizado o trauma medular compressivo utilizando o cateter Fogarty 2Fr. Os grupos GCS e GTS foram tratados com solução salina (0,5ml/rato/dia), os GSM e GTM receberam meloxicam (2mg/kg/dia) e os grupos GSP e GTP receberam prednisona (2mg/kg/dia). Foram realizados testes neurológicos (BBB, plano inclinado e percepção a dor profunda) 24 horas antes e após o procedimento cirúrgico e repetido a cada 48 horas até a realização da eutanásia, ou seja, 24h, 72h e sete dias. Foram avaliados os parâmetros do estresse
oxidativo através da enzima catalase, quantificado as substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e realizado exame histopatológico da medula espinhal. Os ratos dos grupos GTS, GTM e GTP e nos diferentes tempos (24h, 72h e sete dias) tiveram pontuação zero na escala BBB, ou seja, nenhum movimento observado no membro pélvico; no plano inclinado, permaneceram com pontuação 3, ou seja, em um ângulo dez graus menor que antes da cirurgia e perda da percepção da dor profunda Os grupos GTM e GTS apresentaram menor atividade da catalase e níveis de TBARS quando comparado ao grupo GTS e foi mais evidente nas primeiras 72 horas de PO, indicando um possível efeito antioxidante. No grupo GTS, houve persistência desta ação até o sétimo dia pós-trauma. No exame histopatológico da medula espinhal foi constatada degeneração Waleriana e necrose da substância cinzenta de intensidades variáveis, não apresentando diferença entre os grupos submetidos ao trauma. Conclui-se que o meloxicam e a prednisona apresentam possível efeito antioxidante e neuroprotetora, mas não impedem a necrose e a degeneração Walleriana da medula espinhal de ratos submetidos a trauma medular agudo utilizando o cateter de Fogarty 2Fr.