Doenças ortopédicas de etiologia traumática do sistema locomotor de cães: 1.200 casos (2004-2013)
Resumo
O objetivo deste estudo foi identificar e determinar a prevalência das fraturas e luxações apendiculares traumáticas em cães atendidos entre janeiro de 2004 e dezembro de 2013 no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria. De um total de 1.200 cães com suspeita de doença ortopédica de origem traumática no sistema locomotor, 955 (79,58%) apresentaram fraturas apendiculares e 245 (20,42%) luxações apendiculares. Dos 955 cães com fraturas, 23,56% foram fraturas do fêmur (n=225), 23,36% fraturas da pelve (n=223), 21,99% fraturas da tíbia e da fíbula (n=210), 17,58% fraturas do rádio e da ulna (n=168), 7,54% fraturas do úmero (n=72) e 5,97% fraturas distais ao tarso e ao carpo (n=57), decorrentes principalmente de acidentes automobilísticos (72,21%). Os cães mais afetados por fraturas foram machos (52,46%), filhotes (41,99%), sem raça definida (51,41%) e de pequeno porte (42,7%). Dos 245 cães (20,42%) com luxações traumáticas, 57,14% foram constituídas de luxações coxofemorais (n=140), 15,1% luxações de patela (n=37), 9,8% luxações do cotovelo (n=24), 5,71% luxações sacroilíacas (n=14), 4,49% luxações escapuloumerais (n=11) e 7,76% dos cães apresentaram outras luxações (n=19), decorrentes principalmente de acidentes automobilísticos (66,12%). Os cães mais afetados por luxações foram machos (50,2%), adultos maduros (36,73%), sem raça definida (43,67%), de pequeno porte (50,48%). Com base nos resultados encontrados, na população de cães avaliada, conclui-se que: as fraturas apendiculares mais prevalentes foram: fraturas do fêmur, fraturas da pelve, fraturas da tíbia e da fíbula e fraturas do rádio e da ulna; e as luxações apendiculares traumáticas mais prevalentes foram: luxações coxofemorais, luxações de patela e luxações do cotovelo.