Variação sazonal da acumulação e fluxo noturnos de escalares em uma pastagem na região Amazônica
Date
2010-10-01Metadata
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As acumulações verticais noturnas de dióxido de Carbono e de Radônio são investigadas em um sítio de pastagem na região Amazônica. Este sítio é caracterizado por forte estabilidade térmica durante a noite, que suprime uma boa porção da mistura turbulenta local, de forma que técnicas como a covariância dos vórtices apresentam dificuldades para a estimativa de fluxos turbulentos noturnos. A análise considera a variação sazonal dos perfis médios noturnos entre a estação
úmida, de janeiro a junho e a seca, de julho a dezembro. Perfis de Radônio são analisados com o objetivo de se entender os processos que afetam os perfis de CO2
ao se comparar com um escalar independente e inerte. A análise também considera a direção do vento predominante durante a noite. Os resultados indicam que há uma
grande diferença entre os fluxos e gradientes noturnos de CO2 entre as duas estações. Os gradientes verticais noturnos de CO2 entre os dois níveis mais altos da torre micrometeorológica freqüentemente são positivos, indicando aumento da concentração com a altura. Tais inversões são observadas com muito menos freqüência nos perfis de Radônio, que seguem a forma canônica de diminuição
monotônica com a altura. Na estação seca as inversões de gradiente são mais freqüentes e estão, em geral, associadas à inversão da direção do fluxo vertical turbulento de CO2, indicando que no nível de medida há um transporte vertical para baixo deste escalar, o que proporciona convergência de fluxos e intensa acumulação junto à superfície. Uma análise coespectral mostra que este transporte para baixo
ocorre nas maiores escalas temporais do movimento, sugerindo que esteja associado com transferências entre a floresta vizinha e a pastagem, na forma de fluxos de mesoescala. Os comportamentos médios sazonais são bem definidos, e uniformes ao longo da noite, mas estudos de caso mostram que estes processos são dominados por eventos específicos. Os fluxos de Radônio medidos em campanhas experimentais são utilizados para estimar os fluxos de CO2 através da relação entre os gradientes entre os dois escalares em seis noites, três em cada estação. A comparação com os fluxos determinados pela covariância dos vórtices é satisfatória na estação úmida, mas ruim na estação seca e os motivos são discutidos.