Validação do modelo Agro-ibis para um sítio experimental de soja no Rio Grande do Sul
Abstract
O modelo Agro-IBIS é validado para um sítio experimental com o cultivo de soja no
estado do Rio Grande do Sul. No sítio é conduzido um experimento que tem como objetivo
avaliar o impacto dos diferentes sistemas de manejo do solo em diversas áreas do
conhecimeto. No sítio foram coletadas medidas micrometeorológicas das transferências de
energia, massa e água entre o ecossistema da soja e a atmosfera durante o ciclo 2009/2010 da
soja. O monitoramento se deu sobre dois sistemas de manejo: (i) o sistema de plantio direto
(SD); (ii) sistema de plantio convencional (SC). As simulações com modelo Agro-IBIS para a
soja foram realizadas com o modelo sendo forçado com dados meteorológicos do Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET). Os resultados do modelo foram comparados com os
dados observados nos SD e SC a fim de avaliar a capacidade do modelo em simular a
interação do ecossistema da soja com o ambiente e, também, com o intuito de verificar os
efeitos da cobertura da superfície pelos resíduos culturais no SD. Como o modelo não possui
a representação dos resíduos culturais, ou seja, do SD, é esperado que seus efeitos não sejam
perceptíveis nos resultados simulados. Os resultados indicam que o modelo simula o balanço
radiativo e os fluxos de energia de forma consistente. Além disso, a umidade do solo nas
camadas 0-20cm, 20-50cm e a integração 0-50 cm, assim como a temperatura do solo a 2cm
são simuladas de forma robusta. Na umidade do solo, os resultados simulados melhor
representam os dos dados observados no SC, indicando que o efeito da cobertura do solo
pelos resíduos culturais não é considerado. Nas variáveis relacionadas ao CO2, é possível
verificar que o modelo tem problemas em relação à simulação da respiração do ecossistema,
que é fortemente subestimada. Isso leva a uma inconsistência na simulação das demais
variáveis relacionadas ao CO2, principalmente àquelas que consideram os dados noturnos, já
que à noite a troca líquida de CO2 (NEE) do ecossistema é a respiração do mesmo. Quando a
análise dos resultados relacionados ao CO2 é restrita aos dados diurnos o modelo tem bom
desempenho, exceto no período de senescência foliar, quando o modelo segue indicando
absorção de CO2 pelo ecossistema e os dados experimentais indicam emissão.