Escoamentos de retorno de umidade na Bacia do Prata
Date
2015-05-22Metadata
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Este trabalho avaliou a sazonalidade do reaporte de umidade sobre parte da Bacia do Prata
(BP) no contexto dos anticiclones transientes a leste dos Andes, fenômeno que recebe o nome
de retorno de umidade (RU). Este fenômeno tem duas principais fases: primeiro, ocorre a
aproximação de um anticiclone migratório e o estabelecimento de uma massa de ar frio e seco
sobre a região de estudo e a segunda com o retorno para esta região de um ar quente e úmido
devido ao deslocamento do sistema transiente para latitudes menores no Atlântico Sul. Foram
utilizados dados de reanálise do Climate Forecast System Analisys (CFSR) para o período
entre 1990 e 2009. Para a seleção dos candidatos a RU foram analisadas séries temporais
em quatro diferentes setores da BP das seguintes variáveis: pressão reduzida ao nível médio
do mar (PNM), umidade específica integrada entre 1000 e 700 hPa (Uint), vento meridional
em 850 hPa (V850) e temperatura do ar em 1000 hPa. Em seguida, os eventos candidatos
foram submetidos a uma análise sinótica para seleção apenas dos casos de RU. Para os casos
confirmados foram realizadas análises sazonais dos campos sinóticos médios das variáveis
temperatura e umidade específica em 850 hPa (T850 e q850), V850, PNM e espessura entre
as alturas geopotenciais de 500 hPa e 1000 hPa (ESP) e também foi calculado o divergente do
fluxo de umidade verticalmente integrado em um domínio que delimita parte da BP. Por fim,
estimativas de precipitação por sensoriamento remoto pelo método Center Morphing Method
(CMORPH) entre 2003 e 2009 foram utilizadas para averiguar o comportamento sazonal da
precipitação na BP e em cada um dos setores utilizados neste trabalho. Os resultados mostram
maior número de eventos de RU nos meses de inverno seguidos pelos de primavera, também
no inverno é observado alterações de massas de ar mais intensas entre as diferentes fases do
RU e uma maior efetividade no transporte de umidade para BP na fase 2 do RU. A precipitação
na fase 2 do RU contribuí para chuvas mais intensas no verão e no inverno é importante para o
número total de dias com precipitação.