Troca estratosfera-troposfera e sua influência no conteúdo de ozônio sobre a região central do Rio Grande do Sul
Fecha
2016-03-04Metadatos
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Foram identificados eventos de Troca Estratosfera-Troposfera (TET) sobre o Sul da América do
Sul e seus efeitos na variação da Coluna Total de Ozônio (CTO) Região Central do Rio Grande
do Sul (RCRS), Brasil, no período entre 2005 e 2014. Para este fim, desenvolveu-se uma metodologia
capaz de verificar a altura da tropopausa e o fluxo de massa descendente nesta região,
utilizando dados de reanálise 2 fornecidos pelo NCEP/DOE. Além disso, os casos deveriam
possuir núcleos de vento acima de 40 m/s (Corrente de Jato em Altos Níveis - CJAN) atuando
entre 30 e 80°O e 20 e 50°S. A confirmação da chegada das parcelas de ar provenientes da TET
na RCRS deu-se através da análise das trajetórias do modelo Hysplit da NOAA. Para os casos
que atuaram na RCRS, calculou-se a variação da CTO em relação aos cinco dias anteriores aos
efeitos da TET, através de dados diários da CTO obtidos do instrumento OMI para a cidade de
Santa Maria (29.72°S; 53.72°O). Esta metodologia mostrou-se eficaz na identificação de 755
eventos de TET sobre o Sul da América do Sul, dos quais 103 vieram a atuar na RCRS, com
65% dos casos aumentando e com 35% reduzindo a CTO nesta região. A análise sazonal mostrou
que a maioria dos casos acontece no inverno, seguido da primavera e em menor quantidade
no verão e outono. Campos médios do perfil vertical de vento, fluxo de massa, temperatura e
vorticidade potencial, mostraram que os eventos de TET ocorrem com mais frequência em uma
situação pós-frontal na região da Bacia do Prata. Além disso, analisou-se o papel da convergência
relacionada às circulações verticais transversais do núcleo da CJAN, mostrando que, em
casos de TET, estas circulações intensificam ainda mais a entrada de ar estratosférico para dentro
da troposfera por intermédio da forte convergência no nível da CJAN. Em suma, verificou-se
que os eventos de TET sobre o Sul da América do Sul atuam como uma fonte de ar estratosférico
rico em Ozônio para a RCRS, tendo como um de seus aliados a CJAN, a qual intensifica o
fenômeno.