Construções do cotidiano: mulheres convivendo com HIV/Aids
Date
2010-12-17Metadata
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Fatores socioculturais permeiam a trajetória das mulheres diante da epidemia de aids e contribuem para a propagação da transmissão do HIV nesse segmento. Objetivando melhor
compreender este fenômeno, buscou-se conhecer como mulheres soropositivas vivem seu cotidiano após o diagnóstico da infecção pelo HIV. Dentro disso, verificar sentimentos,
crenças e ideias desencadeadas pela revelação do diagnóstico positivo para HIV; elucidar se houve mudanças no cotidiano dessas mulheres; identificar os cuidados referentes à saúde, à doença e a adesão ao tratamento. Este trabalho consistiu em um estudo empírico exploratório, de delineamento qualitativo, em que foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas. Os dados foram analisados pelo método de análise de conteúdo temática e amparados pela Teoria das
Representações Sociais. Os participantes foram mulheres na faixa etária de 25 a 50 anos, que receberam o diagnóstico positivo para o HIV há mais de seis meses e que estavam em
atendimento em um serviço público de saúde de referência HIV/Aids em uma cidade do interior do Estado do Rio Grande do Sul/Brasil. A coleta de dados ocorreu no período de
janeiro a agosto de 2010. Como resultado dessa pesquisa construiu-se dois artigos. O primeiro foi intitulado Mulheres e HIV/Aids: um recorte da Feminização da epidemia , o qual buscou identificar os sentimentos, as crenças e idéias sobre o diagnóstico recebido, o compartilhamentos do mesmo, e os reflexos gerados pela infecção sobre a maternidade e a
relação conjugal. O segundo chama-se O cotidiano das mulheres com HIV/Aids: uma leitura em representações sociais com o objetivo de compreender as representações sociais de mulheres sobre a infecção do HIV/Aids e seus desdobramentos para o convívio com o diagnóstico. As considerações finais apontam para as necessárias reflexões sobre a vulnerabilidade e expectativas das mulheres diante das relações de gênero. Entende-se que as falas encontradas no presente trabalho indicam um maior empoderamento de mulheres soropositivas, no que se refere ao enfrentamento da situação pós diagnóstico e ao protagonismo nos cuidados com a saúde.