Processo de trabalho do supervisor clínico-institucional nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) na percepção dos supervisores
Abstract
Esta dissertação de mestrado teve como objetivo descrever e analisar o processo de trabalho dos supervisores clínico-institucionais de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Estado do Rio Grande do Sul, na percepção destes trabalhadores, selecionados de acordo com a Coordenação de Saúde Mental do Ministério da Saúde para o ofício de supervisor e que está sustentada pela portaria nº 1174/GM
de 7 de julho de 2005. O presente estudo teve como método a pesquisa exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa. Os participantes que compuseram a população estudada foram os supervisores clínico-institucionais do
Rio Grande do Sul, selecionados a partir do edital de Supervisão Clínico-Institucional de CAPS e Redes de Atenção Psicossocial do Ministério da Saúde. Esta população
foi composta por 10 participantes, os quais foram sorteados, levando em consideração a formação profissional com o objetivo de dar proporcionalidade e amplitude aos dados. Teve como técnica de coleta de dados a entrevista
semiestruturada e a observação não participante. O material coletado foi trabalhado com base na análise temática, possibilitando a construção de três eixos temáticos
para a melhor compreensão da leitura dos dados. Eixo 1: a dinâmica do processo de trabalho dos supervisores clínico-institucionais, no qual foram agregados aspectos relativos a este processo, incluindo percepções acerca deste trabalho como a função do supervisor em relação às equipes e as ferramentas/instrumentos que possibilitaram suas ações. Entre eles, destacaram-se a construção de espaços de
escuta e de fala; a problematização das questões do cotidiano das equipes; a construção coletiva dos casos clínicos; a leitura de textos e a experiência profissional
pautados pela presença da transferência de trabalho. No Eixo 2, destacaram-se os fatores facilitadores e dificultadores do processo de supervisão clínico-institucional. Dentre os fatores facilitadores destacou-se a experiência de trabalho em saúde
coletiva e dentre os fatores dificultadores identificou-se a precarização das relações no trabalho. No eixo 3, desafios, perspectivas e sugestões para a supervisão clínicoinstitucional
percebeu-se que os maiores desafios estão relacionados à implantação e efetividade das Políticas Públicas. No que tange às perspectivas evidenciou-se a ampliação desta proposta para as demais instituições da rede, e entre as sugestões,
o prolongamento do tempo de supervisão. O estudo possibilitou elencar algumas recomendações, e não prescrições, à realização deste trabalho.