Como as marcas influenciam na estruturação psíquica do ser humano: uma visão sobre a rede de fast food Mcdonald's
Date
2013-07-10Metadata
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Esta dissertação de mestrado vem ao encontro de nossas inquietações sobre como se dá o fe-nômeno da adesão às marcas em detrimento de outras valorações sociais tradicionalmente aceitas e fundeadas nas habilidades pessoais de interação com seus iguais do que por ditames artificialmente construídos. Entendemos que para alcançarmos este objetivo há de se partir de uma historicidade de como uma marca ser faz existir, para tanto escolhemos a Rede de Fast Food McDonald s em virtude da mesma estar posicionada como uma das maiores fornecedo-ras de alimentos do mundo e ter aproximadamente setenta anos de existência. Para construir-mos nosso modelo teórico nos apoiamos principalmente nos ensinamentos psicanalíticos de Melanie Klein e Winnicott para a formação inicial da psique humana. Estes argumentam so-bre a importância dos relacionamentos primais e de como um ambiente suficientemente bom se faz importante à saudável composição psíquica humana. Passamos a seguir às influências oriundas da tradição alimentar e da sua complementaridade à estruturação do sentido de per-tencimento na identidade humana. Em seguida exploramos de que forma as mudanças tecno-lógicas na conservação dos alimentos, advindas no século passado, ocasionaram alterações profundas nos referenciais comensais do ser humano. Por último adentramos no mundo mági-co da publicidade e propaganda e de como estas disciplinas, ao longo do tempo, tornaram-se as grandes norteadoras das mudanças ambientais mais profundas e profícuas jamais vistas na civilização humana. Estas transformações se fizeram principalmente através da desconstrução do modo de se aperceber as necessidades ao bem viver. Os ditames se deram pelo imperativo de escoar produtos, agora, produzidos em larga escala. Através deste viés consumista propa-lado, passamos de um mundo norteado pelo princípio de realidade onde o indivíduo se realiza em ser, a um outro, capitaneado agora pelo princípio do prazer, onde a pessoa relativiza sua existência em parecer algo que lhe foi mediado pela mídia, neste novo modus vivendi tudo deve ser fácil e prazeroso para ter valor.