Distanásia em crianças: significados atribuídos por médicos de unidades de terapia intensiva
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2014-03-28Metadatos
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Esta pesquisa objetivou conhecer como os médicos das UTIs neonatal e pediátrica significam a distanásia. Os objetivos específicos visaram identificar o impacto emocional da morte de crianças nos médicos; entender como eles vivenciam a dificuldade de cura de uma criança; e compreender como os médicos das UTIs neonatal e pediátrica identificam o seu preparo para lidar com situações de final de vida em crianças. Para tanto, utilizou-se de um estudo exploratório/descritivo, de abordagem qualitativa. Participaram da pesquisa 6 médicos e 5 residentes, pertencentes às UTIs neonatal e pediátrica. Como instrumento para a coleta de dados, utilizou-se de uma entrevista semiestruturada. As informações das entrevistas foram transcritas e analisadas a partir da análise de conteúdo. Os princípios éticos foram respeitados, de forma a proteger todos os direitos dos participantes, com formalização da participação por meio de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Dentre os resultados, observou-se que os médicos significam a distanásia em UTI pediátrica e neonatal sob influência de múltiplos fatores, partindo da ausência do ensino e preparação para lidar com a morte no cotidiano hospitalar durante a graduação; a complexidade da convivência cotidiana com a morte e o processo de morrer, juntamente com os sentimentos e mecanismos de defesa; as afirmações de que a distanásia realmente acontece; os pedidos obstinados da família do paciente terminal internado na UTI, passando pelas dúvidas em relação ao investimento, ou não, no mesmo e nos critérios utilizados para se saber até onde investir; as divergências da equipe nas tomadas de decisão; o enorme receio das repercussões éticas e legais em relação às decisões tomadas, no que se refere aos códigos de ética profissional e o Código Penal brasileiro. Concluiu-se, neste estudo, que existem necessidades de aperfeiçoamento no que tange a múltiplos aspectos referentes à morte: sua abordagem, na graduação e residência; comunicação adequada entre os profissionais durante os processos decisórios e durante o trabalho na UTI; a ponderação entre os desejos da família e as reais possibilidades de sobrevivência do doente.