Internação compulsória e o cuidado de pessoas que fazem uso de crack
Resumo
A presente dissertação, com design quali-quantitativo e de caráter documental, busca descrever a partir dos processos judicias para internação compulsória de pessoas que fazem uso de crack, como certas instituições família, Sistema Único de Saúde (SUS), Assistência Social, Judiciário, etc. interatuam na produção de cuidado em saúde. Desse objetivo, geramos dois objetivos específicos: (a) analisar documentos acadêmicos e jurídicos relativos ao tema da internação compulsória e (b) realizar um levantamento sócio epidemiológico dos processos judiciais (pedidos para internação compulsória) recebidos em 2013, de pessoas que fazem uso de crack. Foi realizado um levantamento sócio epidemiológico dos processos judiciais (pedidos para internação compulsória), recebidos pela 4ª Coordenadoria Regional de saúde em 2013, de pessoas que fazem uso de drogas. Os documentos levantados na 4ª CRS foram analisados com base na análise estatística descritiva, realizada com o auxílio do software IBM SPSS Statistcs, versão 21. Além disso, esta pesquisa tem como base teórica e metodológica os pressupostos da Psicologia Social Crítica e da Teoria das Representações Sociais, bem como, foi utilizado o corpo teórico de autores que enfocam as temáticas referentes à saúde mental, pessoas que fazem uso de drogas, mais especificamente, a droga crack e internação compulsória. Após apresentar as incursões metodológicas, organizamos a dissertação em quatro capítulos: o primeiro capítulo é intitulado Representações Sociais e drogas ; o segundo capítulo, Políticas sobre drogas no Brasil: qual o cuidado que eu preciso? ; terceiro capítulo, intitulado Internação compulsória de pessoas que fazem uso de crack e o quarto e último capítulo, possui como título Levantamento sócio epidemiológico dos processos judiciais na 4ª Coordenadoria Regional de Saúde: resultados e discussão . Concluiu-se que os processos possuem discursos sobre esses sujeitos, a partir de outras vozes que não a sua. Dessa forma, enfatizamos que as vozes dessas pessoas devem ser escutadas. É a partir das suas experiências e de saberes que o cuidado em saúde vai ser desenhado. A partir do acolhimento e de uma escuta sem preconceitos que o Projeto Terapêutico Singular se efetivará.