Quantificação do alumínio administrado e excretado em recém-nascidos pré-termo em uma unidade de terapia intensiva neonatal
Date
2008-10-15Primeiro membro da banca
Schetinger, Maria Rosa Chitolina
Metadata
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O alumínio é um metal onipresente na crosta terrestre, é considerado não
essencial, porque não participa de nenhum processo bioquímico. Devido a
imaturidade dos órgãos e principalmente do sistema renal, o alumínio poderá ser
tóxico aos recém-nascidos pré-termos. Recém-nascidos prematuros ou pré-termos
são aqueles que nascem com menos de 37 semanas de idade gestacional. Os
principais problemas toxicológicos do alumínio estão relacionados a neurotoxicidade,
hepatoxicidade, doença do metabolismo ósseo, além de distúrbios hematológicos,
como a anemia microcítica hipocrômica. Durante o período de internação, pacientes
prematuros recebem nutrientes e medicações através da via parenteral. Soluções
para infusão e para nutrição parenteral podem se apresentar contaminadas por
alumínio e desta forma ser uma fonte deste elemento para os prematuros. Este
estudo teve por finalidade avaliar as soluções parenterais, medicações injetáveis,
fluidos biológicos e estabelecer um balanço do alumínio que é administrado e
excretado por via renal pelos recém-nascidos. Para esta avaliação foram
selecionados dez recém-nascidos pré-termo com 32 a 36 semanas e 6 dias de idade
gestacional, independentes do sexo e com função renal normal. Foram coletadas
amostras de medicamentos, seringas de administração e bolsas de infusão
parenteral. Amostras de urina foram coletadas diariamente. Amostras de soro foram
coletadas no primeiro e último dia de internação. Foram analisados além das bolsas
de infusão parenteral os componentes que fazem parte de sua composição. Toda a
medicação injetável utilizada pelos recém-nascidos foi analisada e também os
diluentes que fazem parte de sua preparação. A concentração de alumínio em todas
as amostras foi determinada pela técnica de espectrometria de absorção atômica
(AAS). Os resultados mostraram que as soluções de nutrição parenteral são as mais
contaminadas por alumínio, sendo que a presença do dispositivo de administração,
conhecido como bureta, aumenta consideravelmente o teor deste metal no fluido
que está sendo administrado ao paciente. As amostras de medicamentos
apresentam elevada contaminação por alumínio, no entanto, o fato da administração
ser feita através de seringas, o nível de Al nestas amostras aumentou
significativamente. O balanço do alumínio administrado e excretado aos recémnascidos
pré-termos mostrou que em média 58% do alumínio administrado não é
eliminado na urina, e que 50% dos recém-nascidos pré-termos ingerem mais do que
5 μg Al/kg/dia, este valor encontra-se acima do limite estabelecido pela Food and
Drug Administration (FDA) para pacientes pediátricos. Como o nível de Al no
sangue dos pacientes praticamente não se alterou entre o primeiro e o último dia de
internação, o Al não eliminado deve ter se depositado em alguma parte do corpo do
paciente.