Sistemas de terminação de novilhos de corte: bioeconomicidade e avaliação de modelos para a predição do desempenho animal
Resumo
A avaliação bio-econômica de sistemas de produção de bovinos de corte passíveis de serem adotados pelos pecuaristas do Rio Grande do Sul é apresentada neste trabalho. Foram estudados a produção animal, a dinâmica das pastagens e os resultados de ordem econômica de dois sistemas integrados com agricultura, de acordo com a topografia das áreas, e de um terceiro sistema, baseado em pastagem nativa melhorada. Para isto utilizou-se novilhos de corte, alocados nos piquetes após o estabelecimento de azevém (Lolium multiflorum Lam.) previamente semeado. O desempenho dos animais foi utilizado também para a avaliação de modelos matemáticos quanto à acurácia em predizer o ganho de peso, o que pode auxiliar na escolha dos sistemas mais adequados a cada situação. Constatou-se que o reduzido aporte de insumos nas pastagens fez com que a produção de forragem fosse menor que o potencial produtivo desta espécie, resultando em baixa carga animal. As massas de forragem aparentemente provocaram limitações, em determinado período, ao consumo de matéria seca pelos animais, não impedindo que fossem verificados ganhos médios individuais expressivos. Da avaliação das carcaças obteve-se os resultados de rendimento frigorífico, empregados para a análise da viabilidade dos sistemas. Assim, apenas aqueles sistemas que foram precedidos por agricultura proporcionaram resultados econômicos positivos. Entre os dois modelos
matemáticos testados apenas um foi capaz de estimar adequadamente a evolução do peso vivo dos animais nos três sistemas de produção. As reduzidas massas de forragem, como
mencionado anteriormente, são apontadas como uma fonte de erro aos modelos, embora o modelo Pampa Corte tenha sido eficaz em predizer o desempenho dos animais para os três
sistemas testados. Conclui-se que o produtor rural dispõe de alternativas para o incremento da lucratividade da bovinocultura de corte, entre as quais a redução dos custos de produção proporcionada pela integração com agricultura e a atuação sobre a variável preços de animais para o abate, como o emprego de mecanismos de proteção contra oscilação de preços e/ou diferenciação qualitativa. Da mesma forma, uma série de fatores que interferem sobre o aumento da eficiência produtiva podem ser empregados, tendo a modelagem matemática como uma ferramenta auxiliar para quantificar seus efeitos.