Produção de juvenis de carpa capim (Ctenopharyngodon idella) alimentados com capim teosinto (Euchlaena mexicana) e suplementados com ração
Abstract
Este trabalho foi realizado no Laboratório de Nutrição de Peixes da Universidade Federal de Santa Maria, com o objetivo de avaliar o desenvolvimento de juvenis de carpa capim (Ctenopharyngodon idella) alimentados com capim teosinto (Euchlaena mexicana) e suplementados com diferentes taxas de arraçoamento. Foram realizados 2 experimentos de 45 dias, compreendidos entre dezembro de 2004 e abril de 2005. Em cada experimento foram utilizados 240 juvenis com peso médio de 10,93 ± 0,33g e 20,15 ± 0,23g nos experimentos 1 e 2, respectivamente. Foi utilizado um circuito de recirculação de água com termorregulação e biofiltragem, dotado de 12 caixas com volume útil de 850 litros cada. No experimento 1 os tratamentos testados foram: S1% = Capim Teosinto + 1% do p.v. em ração; S2% = Capim Teosinto + 2% do p.v. em ração; S3% = Capim Teosinto + 3% do p.v. em ração; S4% = Capim Teosinto + 4% do p.v. em ração. No experimento 2 os tratamentos foram: C = Somente Capim Teosinto; SD = Capim Teosinto + Suplementação diária (3% do p.v.); SA = Capim Teosinto + Suplementação a cada dois dias (3% do p.v.); R = Somente ração (3% do p.v.). No experimento 1, observou-se um aumento linear do peso médio à medida que aumentava o nível de suplementação (ŷ=12,973733 + 2,148043x, r2=0,83), porém não existiu diferença significativa entre os tratamentos S3 e S4 %. A melhor taxa de crescimento específico (TCE) foi obtida pelo tratamento S4 % , diferindo estatisticamente dos demais (P<0,05). Os valores de rendimento de carcaça não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos testados, porém, o rendimento de filé foi maior nos tratamentos S3 e S4% , não havendo diferença significativa entre ambos. No experimento 2, para a variável peso médio, o tratamento SD foi superior, diferindo significativamente (P<0,05) dos demais tratamentos. Já para o comprimento padrão (CP) os valores mais altos foram nos tratamentos SA e SD, diferindo significativamente dos demais tratamentos, porém, ambos não diferiram entre si (P>0,05). O rendimento de carcaça não apresentou diferença significativa entre os tratamentos testados no experimento 2. Os tratamentos SD, SA e R, não diferiram estatisticamente entre si com relação ao rendimento de filé, porém houve diferença significativa entre o tratamento SD e C. Pode-se concluir que o crescimento dos juvenis de carpa capim é afetado positivamente pela associação de capim teosinto com ração, sendo necessário um nível mínimo de suplementação de 3% do pv com ração e que a suplementação diária com ração proporciona melhor desempenho que a suplementação alternada.