Ar livre e carne em abundância um estudo histórico-cultural do gaucho e sua alimentação no século XIX
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Date
2011-06-20Primeiro membro da banca
Santos, Julio Ricardo Quevedo dos
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O objeto de estudo desta pesquisa foram os vestígios de Bos taurus do catálogo 060
resgatado no sítio arqueológico RS-Q-17 Estância Velha do Jarau, sítio este que vem sendo
pesquisado pelo Laboratório de Ensino e Pesquisa Arqueológica (LEPA/UFSM), desde 1997,
com coordenação do arqueólogo Prof. Dr. Saul Eduardo Seiguer Milder. O sítio arqueológico
está localizado na fronteira sudoeste do Rio Grande do Sul, área marcada por constantes
conflitos ocorridos durante o período de consolidação e definição do território gaúcho, onde
os hábitos, costumes e alimentação tiveram influência direta da cultura uruguaia e argentina.
Da cultura material encontrada, a arqueofauna representa uma parcela considerável em termos
de quantidade. Assim, objetivo principal desta pesquisa foi identificar, analisar e interpretar
esta arqueofauna de forma quantitativa e qualitativa, de modo que possibilitou demonstrar
através dos elementos ósseos identificados que a dieta alimentar dos pretéritos ocupantes
deste sítio arqueológico localizado na fronteira sudoeste do Rio Grande do Sul era muita
diversificada. O cardápio incluía o consumo da carne de vaca sob a forma de cozidos,
ensopados, fritos e assados. Uma pequena parcela da coleção arqueofaunística demonstrou ter
sido consumida na forma de churrasco: as costelas. A grande maioria dos elementos eram
partes de ossos longos e ossos das patas consumidos em ensopados e/ou cozidos corroborando
para uma diversidade na forma de preparo. Embora a carne de vaca seja o tipo preferencial, o
churrasco não está no mesmo patamar de importância e domínio alimentar diário do gaúcho
histórico como afirma a tradição.