Parâmetros de estresse oxidativo em jundiás (Rhamdia quelen) expostos a formulações comerciais contendo glifosato e clomazone
Date
2010-02-26Primeiro membro da banca
Schetinger, Maria Rosa Chitolina
Metadata
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O uso de herbicidas tem aumentado na agricultura e na piscicultura para o controle de plantas daninhas, porém o uso indiscriminado pode causar contaminação a organismos, como os peixes. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito das formulações comerciais de glifosato e clomazone sobre parâmetros de estresse oxidativo em jundiás (Rhamdia quelen). Jundiás foram expostos à: 0 (controle), 0,45 e 0,95 mg/L de glifosato (480 g/L) e 0 (controle), 0,45 e 0,91 mg/L de clomazone (500 g/L) por oito dias e após, transferidos para água sem o herbicida por igual período. Os parâmetros analisados foram peroxidação lipídica através dos níveis de TBARS (substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico), carbonilação de proteínas e a atividade de antioxidantes como a catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD), glutationa S-transferase (GST), ácido ascórbico e tióis não protéicos. Os resultados mostraram que os peixes expostos ao glifosato apresentaram aumento nos níveis de TBARS em fígado e músculo na maior concentração, enquanto que no cérebro este aumento foi observado nas duas concentrações usadas. Quando expostos ao clomazone ocorreu aumento nos níveis de TBARS em músculo em ambas as concentrações, em fígado na maior concentração, enquanto que no cérebro não foram observadas alterações. A proteína carbonil aumentou no fígado dos jundiás após a exposição a ambas as concentrações dos dois herbicidas. Nos jundiás expostos ao glifosato, as atividades das enzimas CAT e SOD não alteraram, enquanto que a GST diminuiu nas concentrações de 0,45 e 0,95 mg/L. Os níveis de ácido ascórbico no fígado não alteraram após a exposição ao herbicida e os níveis de tióis não protéicos reduziram na concentração de 0,95 mg/L. Nos peixes expostos ao clomazone, a atividade da CAT não alterou e a SOD aumentou no fígado na concentração de 0,91 mg/L. A atividade da GST, ácido ascórbico e tióis não protéicos aumentaram no fígado nas concentrações de 0,45 e 0,91 mg/L. No período de recuperação a maioria dos parâmetros alterados foi recuperada para ambos os herbicidas, após oito dias em água sem o herbicida, com exceção da enzima GST e dos níveis de ácido ascórbico após exposição ao clomazone. Com os resultados obtidos neste trabalho, pode-se sugerir que em curto período de tempo os herbicidas glifosato e clomazone são capazes de induzir estresse oxidativo nos jundiás, sendo essas alterações transitórias e reversíveis.