Interações dinâmicas no crescimento de tungue e cana-de-açúcar em sistemas agroflorestais
Fecha
2017-06-30Metadatos
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O objetivo do estudo foi avaliar a influência das variáveis meteorológicas no crescimento do Tungue e suas implicações sobre o crescimento e produtividade da cana-de-açúcar em sistemas agroflorestais. A pesquisa foi conduzida no período de 2011 a 2016, no município de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil, com localização geográfica de 27°22’S, 53°25’W a 480 m de altitude. O delineamento experimental utilizado foi de blocos completos casualizados, com três repetições. Foi utilizada a espécie florestal Tungue (Aleurites fordii) e a cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) para compor os sistemas agroflorestais. As árvores foram distribuídas em dois arranjos de sistemas agroflorestais, denominados I e II. No sistema I, as árvores foram distribuídas em fileiras espaçadas a 12m e a cana-de-açúcar foi distribuída em oito linhas, disposta em intervalos correspondentes entre as fileiras das árvores. No sistema II, as árvores foram cultivadas em fileiras espaçadas a 6m e a cana-de-açúcar foi distribuída em quatro linhas dispostas em correspondência com intervalos entre as fileiras das árvores. Para o sistema de monocultura com cana-de-açúcar, as plantas foram distribuídas em seis linhas com 12 metros de comprimento. Em ambos os sistemas, a cultivar de cana-de-açúcar utilizada foi a IAC 87-3396, sendo distribuída em espaçamento entre linhas de 1,20m. Tanto as linhas de cana-de-açúcar quanto as das árvores foram orientadas no sentido Leste-Oeste. As variáveis de crescimento do Tungue analisadas foram: diâmetro do colo (cm), diâmetro à altura do peito (cm), altura de planta (m) e diâmetro médio da copa (m). As variáveis produtivas analisadas na cana-de-açúcar foram: massa de colmo (Mg ha-1), comprimento de colmo (m), diâmetro do colmo (mm), número de nós, número de colmos, volume de suco (m3 ha-1), conteúdo de sacarose (g L-1) e quantidade de sacarose (Mg ha-1). As variáveis de crescimento avaliadas foram: Índice de área foliar (m2 m-2), taxa de crescimento absoluto (g dia-1), taxa de assimilação líquida (g m-2 dia-1), eficiência do uso da radiação (g MJ-1), partição da matéria seca (g), matéria seca total (g m-2), altura de planta (m), número de perfilho, coeficiente de extinção de luz e % de interceptação da radiação solar. As variáveis meteorológicas ocorrentes ao longo do estudo foram obtidas por meio da Estação Climatológica do Instituto Nacional de Meteorologia, localizada à 200 m do local de estudo, nas coordenadas 27°39’S e 53°43’W. As interações dinâmicas existentes entre as árvores de Tungue e as variáveis meteorológicas foram determinantes para o crescimento e produtividade da cana-de-açúcar cultivada no sub-bosque. Para a produção de cana-de-açúcar, deve-se priorizar o uso de um sistema agroflorestal com arranjos de 12x12m, pois promove maiores rendimentos de cana-de-açúcar quando comparados com um sistema agroflorestal de 6x6m, uma vez que a qualidade da cana-de-açúcar não foi afetada pelos sistemas de cultivo. No futuro, a partir do momento em que as árvores de Tungue apresentarem retorno produtivo, uma nova análise conjunta dos dados deve ser realizada a fim de verificar a recomendação sugerida na presente pesquisa.
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