A qualidade da assistência pré-natal sob a ótica de puérperas internadas em uma unidade de alojamento conjunto
Resumo
Este estudo teve como objetivo averiguar junto às puérperas internadas em uma unidade de alojamento conjunto suas percepções sobre a qualidade da assistência pré-natal que lhes foi prestada nas Estratégias de Saúde da Família da cidade de Santa Maria. Foi realizado um estudo qualitativo, de abordagem descritiva, com 16 puérperas em um Hospital Universitário na região central do Rio Grande do Sul. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário semi-estruturado como roteiro da entrevista. Para o tratamento dos dados foi utilizada a análise de conteúdo proposta por Minayo. A idade das 16 participantes variou entre 17 a 35 anos, a via de parto das puérperas foi parto vaginal (68,75%), e 31,25% foram submetidas à cesárea. A média da idade gestacional variou de 34 a 41 semanas. Para a grande maioria das puérperas (14) ficou evidente o contentamento com o atendimento pré-natal desenvolvido nas Estratégias de Saúde da Família, mas para as restantes houveram aspectos desfavoráveis, principalmente com relação à ética profissional que envolve a integridade do paciente. Foi evidente a importância do papel dos profissionais nos procedimentos realizados no atendimento a gestante a partir das orientações recebidas, pois a maioria (14) manifestou conseguir entender o que era orientado nas consultas. Por outro lado, algumas puérperas (3) relataram orientações equivocadas durante atendimento pré-natal, demostrando assim controvérsias com relação ao conteúdo dos manuais do Ministério da Saúde. Foram elencadas quatro categorias a partir da análise dos dados: Olhares sobre o atendimento pré-natal nas Estratégias de Saúde da Família, construção das práticas do cuidado e o papel dos profissionais na assistência pré-natal, aspectos culturais que envolvem a assistência pré-natal e o caminho que e gestante realiza na rede de saúde. Conclui-se que necessita-se um maior envolvimento de todos os profissionais a fim de garantir um atendimento acolhedor e resolutivo na atenção à saúde materno-infantil, bem como uma melhor comunicação, a fim da promoção do cuidado integral à mulher.
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