Diálogos com professoras que ensinam matemática em início de carreira
Resumo
Este trabalho é produto de uma investigação que insere-se na LP1: Linha de Pesquisa Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional, do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria/RS, tem seu foco voltado a ampliação das discussões no âmbito da formação inicial de professores que ensinam matemática e seus primeiros anos de atuação docente. O objetivo desta pesquisa é identificar elementos constituintes da formação inicial de professores que ensinam matemática que contribuem para os primeiros anos da docência, verificando a aproximação e os distanciamentos do curso de formação inicial e a realidade vivenciada nas escolas, através do olhar do professor iniciante que ensina matemática. A temática da investigação surgiu a partir da vivência da pesquisadora como professora que ensina matemática em seus primeiros anos de atuação docente, visto o surgimento de problemas, desafios, incertezas e dificuldades a serem enfrentadas em sala de aula, e que muitas vezes o professor principiante não está preparado para enfrentá-los. O referenciais teóricos que embasaram esta escrita que referem-se a formação inicial são Charlot (2000), Tardif (2002), Mizukami (2006), Imbérnon (2011), Vaillant; Garcia (2012), na formação inicial de professores que ensinam matemática são Ponte (1998), Moura (2001; 2002), Libâneo (2004), Lorenzato (2010), dentre outros. Em relação aos primeiros anos de atuação docente os principais referenciais foram Huberman (1992), Garcia (2009), Vaillant e Tardif (2002). Para tanto, a investigação foi realizada com professores que ensinam matemática na rede pública estadual do município de Ijuí/RS, o diálogo foi gravado e ocorreu através de entrevistas semiestruturadas com sete professoras. Através das suas narrativas pudemos conhecê-las desde a escolha pelo curso de matemática, os primeiros contados com a docência na formação inicial e a entrada na carreira docente. Com o diálogo transcrito a interpretação e compreensão dos dados baseou-se na análise narrativa de Galvão (2005) com a contribuição da experiência hermenêutica, para que a compreensão aconteça, Gadamer (1997) argumenta que o intérprete se move de um significado projetado do todo para as partes, e então volta para o todo, denominado pelo autor de círculo hermenêutico, dessa forma o conhecimento da completude do texto permite que o intérprete questione entre aquilo que não lhe é familiar e o que está sendo compartilhado. Os resultados nos permitem compartilhar que as professoras entendem que a formação inicial é um suporte necessário para as futuras práticas, motivando e incentivando os futuros professores a pensar o ensino de matemática, no entanto, durante a formação, nos estágios houveram situações difíceis o que marcou a identidade dessas professoras. Completam que a entrada na carreira, foi um momento de expectativas, mas que os sentimentos de insegurança, incertezas, medos, foram maiores e enfatizaram que a principal deficiência, nesse período inicial, foi na organização da prática pedagógica e que a falta de apoio é notável, acabam recorrendo aos professores experientes. Concluímos que o curso de formação inicial deixou algumas lacunas fortemente sentidas pelas professoras na entrada na carreira, assim, elas entendem que o curso de formação precisa fornecer mais práticas em sala de aula, acreditam que aprendem na prática, sendo assim, poderiam enfrentar com maior clareza as situações em sala de aula.
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