Tecendo os fios da trama e identificando as práticas dos trabalhadores na construção da rede de saúde mental, um recorte temporal
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Data
2014-06-11Autor
Mostardeiro, Andrêssa Corino
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Uma Rede de Atenção à Saúde Mental deve ser composta, em princípio, de serviços de saúde tanto no nível primário, secundário e terciário, considerando a interação dos pontos para o acompanhamento e assistência dos sujeitos, por meio de diferentes recursos, sejam eles humanos, tecnológicos ou organizacionais. Para constituir o desenho dessa rede é desejável considerar a autonomia e a liberdade dos sujeitos, de maneira tal que seja possível garantir a lógica interdisciplinar, prestar assistência integral e de qualidade, a partir das demandas e singularidade dos usuários. A proposta investigativa em apreço, de natureza qualitativa e compreensiva, traz à tona as vivências e perplexidades experimentadas, na condição de Residente, no programa de Residência Multiprofissional da Universidade Federal de Santa Maria, a partir da detecção das lacunas a serem preenchidas para a formação da rede de atenção em saúde mental, no município de Santa Maria. Trata-se, portanto, de um recorte temporal das questões atinentes à experiência cotidiana dos profissionais de saúde nos serviços de saúde mental, constituindo o desenho metodológico a partir de um viés hermenêutico, preconizado por Dilthey (1999) e, interpretados mediante uma aproximação com a teoria fundamentada de Gibbs (2009). As questões analisadas referem-se, sobretudo, às ações desenvolvidas no cotidiano desses profissionais, identificadas como práticas relevantes para a construção da rede de saúde mental no município supracitado. Os dados foram coletados mediante a aplicação de uma entrevista semiestruturada, interpretada a partir da filtragem da informação para uma unidade de sentido equivalente, conforme Dilthey (1999). Desta maneira, o estudo apresenta importantes reflexões a cerca das ações que estão sendo desenvolvidas pelos diferentes sujeitos envolvidos no processo de consolidação da rede de atenção à saúde mental na região central do Rio Grande do Sul, visto que a articulação entre a saúde mental e a atenção básica são elementos essenciais dessa consolidação, requerendo disponibilidade para empreender as transformações nas práticas de saúde instituídas até então. Fica tácita a necessidade de tecer uma rede ampla de cuidados em Saúde Mental, desviando os processos da lógica de “encaminhamentos indiscriminados” para uma lógica da corresponsabilização, de ampliação das ações de saúde mental para a rede básica, trazendo a possibilidade de resolutividade ou visibilidade das demandas, a partir de um trabalho compartilhado pelas equipes tanto na rede básica quanto nos serviços especializados em saúde mental.
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