A gênese da subjetividade ética desde o paradigma da sensibilidade: a significação ética como orientação responsiva e tensão individuante em lévinas
Resumo
O objetivo de nosso trabalho é abordar o tema da gênese da subjetividade ética em E. Lévinas,
na tentativa de compreender – a partir do autor – como os processos de subjetivação do eu
implicam os de moralização e como as condições sensíveis do sujeito em formação servem
de campo básico para o estabelecimento das primeiras relações significativas a partir das
quais a “ordem do sentido” se introduz na “ordem do ser”, tensionando com a mesma.
Conforme o pensador lituano, esta “instituição da significação” é ética e se instala partir da
sensibilização/encarnação da subjetividade nascente. Assim, parece-nos que a sensibilidade
possui, em Lévinas, uma dupla função: 1) Condicionante; 2) Paradigmática.
Tentaremos analisar em que sentido as “condições de gênese” são sensíveis e expor o
paradigma da sensibilidade dentro do qual funcionam a crítica levinasiana da ontologia e o
resgate da alteridade e da heteronomia como aquilo que condiciona a significação ética de
modo mais originário.
Para tanto abordaremos aspectos tais como: i. a tensão entre singularização e totalização na
significação ligada à individuação subjetiva; ii. o papel da corporeidade na teoria ética e na
passagem da fenomenologia da subjetividade moral para uma possível ética fenomenológica;
iii. as possíveis repercussões do “paradigma levinasiano” - baseado na sensibilidade ética e na
heteronomia – na definição de uma “ética da alteridade”.
Assim sendo, a significação ética será composta de dois elementos articulados: a) Tensão
Individuante; b) Orientação Responsiva. Mapearemos os contornos e elementos essenciais
dessa significação articulada a partir da condição paradigmática da sensibilidade como solo de
onde emerge uma ética da alteridade.
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