Estratégias comunicacionais para a mobilização da responsabilidade social empresarial: a atuação do Instituto Ethos no pacto empresarial pela integridade e contra a corrupção
Resumo
A presente pesquisa tem como objetivo analisar as estratégias comunicacionais do Instituto ETHOS para a mobilização da responsabilidade social empresarial. Para isso, investigamos a iniciativa intitulada Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção, promovida pelo Instituto. Além disso, optamos por analisar três empresas signatárias do Pacto que possuem sede ou escritório no estado do Rio Grande do Sul. Elencamos, como objetivos específicos, entender a iniciativa do Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção; identificar as estratégias comunicacionais promovidas pelo Instituto ETHOS no Pacto Contra a Corrupção e avaliar as estratégias adotadas pelas empresas signatárias para a implementação e a manutenção das ações de RSE propostas pelo Pacto. A metodologia aplicada na pesquisa foi do tipo qualitativa, descritiva, interpretativa e de caráter cíclico. A proposta metodológica foi baseada na metodologia desenvolvida por Strelow (2007) intitulada “Análise Global de Periódicos Jornalísticos” (AGPJ). O caráter cíclico desta pesquisa se configura pela eleição de quatro momentos distintos para o estudo: análise sócio-histórico-cultural da organização, análise dos sites institucionais, elaboração das estratégias de mobilização e leitura das empresas signatárias. No embasamento teórico, utilizamos principalmente os apontamentos dos autores Ashley (2005), Instituto ETHOS (2016), Goldstein (2007), Fisher (2002), Melo Neto e Fróes (1999, 2001) e Tachizawa (2014) para a conceituação do terceiro setor e do Instituto ETHOS, além dos conceitos de responsabilidade social e de ética empresarial. Também exploramos os conceitos de mobilização social, com os autores Henriques (2010, 2013), Mafra (2008) e Toro e Werneck (1997), e de estratégias comunicacionais, com os autores Pérez (2012), Rodrigues (2001) e Tironi e Cavallo (2006). Como resultados da pesquisa, as estratégias encontradas nos sites do Instituto ETHOS e do Pacto Contra Corrupção foram classificadas como estratégias de informação, de segurança, de conscientização, de convocação e de corresponsabilidade. A partir da classificação, sugerimos a relação com a escala de níveis de vinculação apresentada por Henriques (2013). Inferimos que a mobilização proposta pelo ETHOS no Pacto Contra a Corrupção atinge o quarto nível de vinculação, chamado de ação. Até esse nível, as estratégias comunicacionais se mostram eficientes para a mobilização das empresas na assinatura do Pacto Contra a Corrupção. Entretanto, as estratégias de corresponsabilidade encontradas na busca por coesão e continuidade do projeto parecem ser insuficientes para um processo completo de mobilização das signatárias. Depreendemos então que, após se tornar signatária, as empresas não se mostram engajadas para atuação no projeto, diversificando a sua atuação no Pacto a partir da cultura organizacional já estabelecida. Além disso, essa falha no processo de mobilização pode acarretar um distanciamento das signatárias com a causa proposta pelo Pacto e dificuldade de monitoramento das ações éticas das empresas pelo Instituto ETHOS.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: