Análise espacial da fragmentação florestal em áreas do bioma Mata Atlântica utilizando linguagem R
Fecha
2017-02-23Metadatos
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Há décadas os desmatamentos decorrentes do processo de antropização da paisagem vêm ocasionando a destruição dos recursos naturais. As florestas nativas foram cedendo espaço principalmente para agricultura, pecuária e urbanização, ocorrendo a formação de fragmentos. Desse modo, o presente estudo tem por objetivo desenvolver um pacote em linguagem R para cálculo de métricas de ecologia da paisagem, bem como, utilizar o mesmo para análise dos fragmentos florestais, sob domínio do bioma Mata Atlântica, localizados na sub-bacia hidrográfica do Arroio Jaquirana, Rio Grande do Sul, para o ano de 2016. Para o desenvolvimento do pacote, denominado LanscapeMetrics, utilizou-se o programa R e os pacotes igraph, raster, rgdal, rgeos, devtools, roxygen2 e Rtools. De modo a evitar a utilização de métricas redundantes foram selecionadas um total de vinte e uma, abrangendo métricas de área e densidade, forma, borda, área central e de proximidade. Para o mapeamento dos fragmentos florestais utilizou-se imagens do satélite RapidEye/REIS datadas de 29/02/2016, com a definição de duas classes de uso e cobertura da terra: floresta nativa e outros usos. A classificação foi de forma supervisionada por meio do algoritmo Bhattacharyya, utilizando o programa SPRING. Os fragmentos foram analisados separadamente em classes de tamanho, para separá-los utilizou-se o programa R. Os resultados demonstraram que a floresta nativa ocupou 14.099,89 ha, correspondendo a 34,01% da área de estudo, abrangendo um total de 1.995 fragmentos, destes, 93,43% inferiores à 5 ha. Na classe de tamanho ocupada pelos fragmentos menores que 5 ha, encontrou-se maior valor de borda e de razão perímetro-área, indicando maior efeito de borda, dessa forma, as áreas centrais destes remanescentes estão expostas aos efeitos da matriz externa. Este fato é comprovado pelo cálculo das métricas de áreas centrais, uma vez que, submetidos às distâncias de borda a partir de 80 m, ocorre total dominação pelo efeito de borda. Contudo, estes fragmentos menores são importantes, uma vez que amenizam a distância entre os fragmentos maiores, devido sua alta densidade e por estarem bem distribuídos na área de estudo. Desse modo, conclui-se que o R é uma ferramenta promissora e eficiente para análise de dados espaciais, o qual permitiu a manipulação de dados provenientes de sensores remotos.
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