Práticas psicológicas na atenção básica: vivências de psicólogos que atuam em residência multiprofissional em saúde
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2017-03-15Metadatos
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Estudos assinalam para um desequilíbrio entre as práticas desenvolvidas por psicólogos na atenção básica e as demandas específicas desse contexto. Tais estudos apontam para a simples transposição do modelo clínico tradicional sem a devida contextualização que esse cenário requer, além de dificuldades no trabalho em equipe. Assim, entende-se que a psicologia apresenta o desafio de qualificar sua formação para atuar em concordância com os princípios do SUS. Diante desse desafio, a psicologia tem encontrado nas Residências Multiprofissionais em Saúde uma oportunidade de formação diferenciada da graduação que busca qualificar sua atuação para um trabalho no sistema público. Com base nisto, o presente estudo teve por objetivo conhecer a prática profissional de psicólogos, vinculados a Programas de Residência Multiprofissional em Saúde, no contexto da atenção básica. Para tanto, se realizou uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório, sendo que a coleta de dados se deu por meio de entrevista semiestruturada. Após a transcrição das entrevistas, a análise dos dados seguiu a técnica de análise de conteúdo. A pesquisa contou com a participação de oito psicólogos residentes vinculados a dois Programas de Residência Multiprofissional em Saúde de duas Instituições de Ensino e Pesquisa em Saúde, do município de Porto Alegre, RS. Os resultados foram apresentados em três artigos. O primeiro artigo teve como resultados a valorização da Residência como um cenário de aprendizagem, o qual possibilitou aos psicólogos experimentar conhecimentos e situações do cotidiano do SUS, permitindo erros, novas tentativas e a construção e reformulação de ideias. Foram problematizados aspectos da carga horária e a relação residente e equipe de saúde. O segundo artigo teve como foco a formação acadêmica em psicologia para um trabalho na atenção básica. Os resultados evidenciaram importantes movimentos de aproximação dos cursos de graduação em psicologia com as temáticas do SUS, Saúde Coletiva e Políticas Públicas. Do mesmo modo, apontou-se para a importância de docentes identificados com as propostas do SUS, assim como o entendimento da disciplina de grupos como um subsídio importante da atuação do psicólogo na atenção básica. O terceiro artigo apresentou uma significativa mudança no modo como os residentes da psicologia têm concebido o papel do psicólogo na atenção básica. Tal entendimento, não restrito a aspectos intra-individuais, volta-se para ações ampliadas e interdisciplinares. Porém, a cobrança por atendimentos individuais e a grande demanda para a psicologia foram destacadas como desafios presentes no desenvolvimento dessas práticas. Diante dos dados obtidos nos três artigos concluiu-se que a Residência tem possibilitado aos psicólogos espaços de experimentação e de criatividade, auxiliando na construção de práticas mais alinhadas aos pressupostos da atenção básica, superando a simples transposição de práticas.
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