Vínculos de comprometimento, entrincheiramento e consentimento do indivíduo com a organização: explorando seus antecedentes e consequentes
Abstract
Este trabalho tem por objetivo desenvolver um modelo que analise as influências dos valores
organizacionais nos vínculos de comprometimento, entrincheiramento e consentimento
organizacionais, como variável antecedente e o desempenho no trabalho, como variável
consequente. Para alcançar o objetivo traçado, realizou-se uma pesquisa de natureza
exploratória e conclusiva descritiva e explicativa, com o emprego de abordagem de métodos
mistos, quantitativos e qualitativos. Assim, a pesquisa foi estruturada e duas fases: fase I –
quantitativa e fase II – qualitativa. Na primeira fase, os dados foram coletados a partir da
aplicação de um questionário de pesquisa fechado, que integrou questões referentes aos
vínculos de comprometimento, entrincheiramento e consentimento organizacionais, valores
organizacionais e desempenho no trabalho. Para os dados quantitativos, a análise de dados foi
operacionalizada por meio da técnica de modelagem de equações estruturais. Na segunda fase,
os dados foram coletados por meio da realização de entrevistas semiestruturadas com os
gestores. A análise dos dados qualitativos foi realizada com o emprego da técnica de análise de
conteúdo. Os resultados permitiram identificar que sistemas de valores distintos determinam o
estabelecimento de cada vínculo organizacional, sendo que um conjunto maior de valores é
compreendido pelos gestores como associado ao vínculo de comprometimento. Ao testar as
influências entres os construtos, verificou-se que as dimensões preocupação com a coletividade,
autonomia, domínio e bem-estar são valores organizacionais com poder para explicar, em
partes, o vínculo de comprometimento. Ainda, observou-se que o bem-estar é um preditor do
vínculo de entrincheiramento e a realização e o domínio do consentimento. Sobre os
consequentes, verificou-se que o comprometimento e consentimento conseguiram explicar o
desempenho do indivíduo no trabalho, sendo que o entrincheiramento não apresentou relação
de influência significante com este construto. A realização das entrevistas permitiu apontar que
o desempenho do indivíduo comprometido se distingue consideravelmente do tipo de
desempenho desencadeado por trabalhadores entrincheirados ou consentidos. Observou-se que
o conceito do que é um “bom trabalhador” assemelha-se com características que explicam a
noção do vínculo de comprometimento. As denominações atribuídas pelos gestores para cada
vínculo, revelam um sentido ativo para as características de estar comprometido, um sentido
pejorativo para estar entrincheirado e um sentido passivo para estar consentido. Espera-se que
os resultados deste estudo contribuam para o progresso do delineamento teórico e conceitual
dos diferentes vínculos desenvolvidos pelo trabalhador com a sua organização.
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