A produção do saber sobre a língua nas gramáticas de Rocha Lima: o (não) lugar da significação
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2017-03-17Metadatos
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A presente pesquisa tem por objetivo compreender o (não) lugar dos estudos relativos à significação na produção do saber sobre a língua na Gramática Normativa da Língua Portuguesa (GNLP). A proposta filia-se à Análise de Discurso (AD) e à História das Ideias Linguísticas (HIL). Como ponto de partida para a nossa reflexão, selecionamos quatro edições da GNLP (1957, 1962, 1972 e 1991), de Carlos Henrique da Rocha Lima, publicadas em diferentes momentos. O trabalho está subdividido em quatro partes: a Parte 1, O que vem antes das perturbações, trata-se de um espaço no qual apresentamos as condições de produção deste trabalho e o caminho teórico-metodológico empreendido, tendo como pressuposto o funcionamento do movimento pendular (PETRI, 2013) próprio da AD. Na Parte 2, No entremeio contraditório em que se produz a função-autor, voltamos nosso olhar para a historicização da produção gramatical. Mobilizamos, em especial, as noções de condições de produção, função-autor, formação discursiva e formação imaginária para analisar o Recorte Discursivo (RD) I – Do sujeito à função-autor. Na Parte 3, “Outro fator de perturbação da boa escolha das palavras”: sobre significação e sentido, analisamos como o estudo sobre a significação é apresentado no discurso gramatical. Mobilizamos a noção de língua para analisar o RD II – Noção de língua. Na sequência, mobilizamos a noção de formulação intradiscursiva para analisar o RD III - Formulação da inteiriça estrutura intelectual e didática. Para o RD IV – Os sentidos da significação mobilizamos noções relativas à significação, para analisar o modo como o sujeito-gramático, em sua função-autor, materializa a produção de um capítulo sobre significação na GNLP. Na Parte 4, Do (não) lugar do ponto final..., apresentamos nossas considerações. Destacamos, resumidamente, que as análises nos revelaram que a produção gramatical de Rocha Lima é marcada pela contradição, entendida, neste estudo, como constitutiva do sujeito, do discurso e dos sentidos. O sujeito-gramático, em sua função-autor, organiza a GNLP para que funcione como um espaço logicamente estabilizado, como se pudesse conter os sentidos que por ali transitam e não ser afetado pelo equívoco, pelo deslize. Esse sujeito, inscrito em uma Formação Discursiva Gramatical Doutrinária, que faz tomadas de posição-sujeito (gramático, agente regulador, falante, professor), exerce a função-autor no espaço contraditório de entremeio. As análises nos ajudaram a compreender que estamos tratando de um lugar de entremeio e é assim que tomaremos a gramática daqui para frente, como lugar de entremeio que não tem um sentido único, nem limites exatos, pois se trata de um lugar que abarca conflitos internos pelos jogos de força entre o mesmo e o diferente, entre o que estabiliza e o que perturba. Também compreendemos o (não) lugar como um lugar de entremeio para a significação das palavras, no qual a função-autor, afetada pelas injunções sociais e condições de produção, ao formular intradiscursivamente as edições da GNLP, sintagmatiza o que está disperso no interdiscurso.
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