Dialética e andronormatividade: o trabalho pedagógico na gramática do capital
Fecha
2017-07-17Primeiro membro da banca
Machado, Carmem Lucia Bezerra
Terceiro membro da banca
Tomazetti, Elizete Medianeira
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Vive-se em uma sociedade hegemônica e dominantemente masculina a ponto de constituir-se como uma verdadeira norma social. A educação, pelo papel central que tem na sociedade, configura-se como uma produtora e reprodutora desta gramática social. Nessas condições, enuncia-se a seguinte questão de pesquisa. Em que circunstâncias uma sociedade majoritariamente feminina e uma educação escolarizada produzida predominantemente por mulheres professoras produz e reproduz, de forma contraditória, uma sociedade dominante e hegemonicamente masculina? Como possíveis respostas a este questionamento, a pesquisa apontou para algumas formulações. A educação escolarizada se produz como um processo pouco crítico à hegemonia social masculina, patriarcal, sexista e violenta, simbólica e moralmente; reproduzindo as formas sociais mais amplas de discriminação e dominação femininas. Também que, a educação formal, escolarizada, produz e reproduz materialmente, no trabalho mesmo dos professores, pelo Trabalho Pedagógico, esta gramática social andronormativa; pois há processos sociais, de constituição de formas de consciência social anteriores e mais amplos, que se realizam materialmente no cotidiano da educação formal escolarizada. Nesse quadro, na forma de objetivos conceituais da pesquisa, busco apontar, descrever e analisar algumas condições históricas, políticas, jurídico legais e sociais, sob as quais nos tornamos uma sociedade andronormativa; compreender, a partir de então, as implicações de uma sociedade andronormativa sobre o trabalho e a educação. E na forma de objetivos operacionais, procuro evidenciar as circunstâncias em que a força política da história, no sentido de trajetória e processo histórico e sua narrativa, se condensam na sociedade e sobre a educação; analisar as relações entre as políticas públicas e os textos legais, apontando na relação político jurídica a conformação de uma sociedade e uma educação andronormativa; compreender as dinâmicas do trabalho como categoria e questão central na gramática do capital, em especial o Trabalho Pedagógico , como categoria e como práxis, em uma sociedade capitalista e andronormativa. E o resultado a que cheguei, por meio do método materialista histórico dialético, foi que depois de apontar as determinações do fenômeno e suas mediações com os processos sociais; das circunstâncias materiais, sociais e históricas, das implicações culturais e político jurídicas; é possível afirmar que produzimos e reproduzimos, por meio do Trabalho Pedagógico e da educação escolarizada, uma sociedade hegemonicamente masculina, patriarcal e sexista; porque a própria educação e a escola, como instâncias centrais da vida social, estão também imersas na gramática social andronormativa do capital.
Colecciones
El ítem tiene asociados los siguientes ficheros de licencia: