Epicuro: sabedoria e finitude
Resumo
Este trabalho apresenta uma interpretação da filosofia de Epicuro a partir do modo de vida que o epicurista assume, marca maior da doutrina. Tendo em vista que a unicidade de um projeto de sabedoria é sua característica fundamental, apresentou-se todo o aporte teórico da doutrina epicurista considerando suas razões e seus fins práticos. Dessa forma, para compreender e expor apropriadamente esse modo de vida, procurou-se tratar das bases teóricas que sustentam o pensamento de Epicuro e que representam a tentativa de compreender a natureza humana em sua realidade material e sensível, a partir dos pressupostos da física e do cânon, relevando predominantemente suas consequências e conclusões existenciais e morais. Nesse sentido, destacou-se, a partir do atomismo que Epicuro assume, a tese da mortalidade da alma e a derivada ideia da finitude, fundamental para compreender o modo de vida epicurista em sua pretensão de viver prazerosamente o presente. Refletiu-se, também, a partir dos postulados do cânon, como Epicuro chega a enunciar o prazer como referência máxima da natureza humana, e, com elevo, tratou-se do hedonismo epicurista, que não intenciona simplesmente prazeres, mas uma vida prazerosa. Na sequência, considerou-se a ética epicurista de forma a destacar, primeiramente, a disposição grata que o epicurista assume em relação à vida. Em consequência, analisou-se o desenvolvimento do projeto de sabedoria a partir das considerações acerca dos desejos e do exercício da phrónêsis. Por fim, abordou-se o afastamento parcial do epicurista da pólis, justificado pela renúncia aos ideias de poder, reconhecimento e riqueza, e concluiu-se, esse trabalho, com a caracterização máxima do modo de vida proposto por Epicuro: a posse da amizade, que é, ao mesmo tempo, o coroamento da ética e a vivência que faz do epicurismo, mais do que um sistema de pensamento, uma sabedoria vivida que se transforma em um movimento.
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