Educação popular no Brasil: forças que concorreram para a emergência da escola nacional
Resumo
Este estudo dedica-se a investigar como se estabeleceu a construção do conceito de popular, em termos de educação para o povo, a cada período da história brasileira. Utilizando-se do que Foucault nomeou de Genealogia, busca-se apresentar os processos mediante os quais a história é construída. Assim, este trabalho se afasta de uma revisão crítica da Historiografia em Educação e se propõem a apresentar as multiplicidades das correlações de forças que compõem a história, ao invés de seguir as representações da força dominante. Para alcançar tal intento, a base de estudos se utilizou das obras de História da Educação e importantes obras históricas que permitiram conhecer as forças, as estratégias de poder e as hierarquias que se utilizaram do termo Educação Popular para defender, com certa coerência, uma lógica de atuação do Estado sobre as classes populares. Assim, este estudo busca apontar práticas históricas em Educação Popular, relegadas ao esquecimento pela historiografia da educação, relacionadas às vivências, aos saberes e aos espaços de aprendizagem no cotidiano, para além da escolarização de classes. Dá-se destaque aqui a educação Libertária e suas múltiplas contribuições à educação das massas no país. Para a realização deste objetivo, interessa o estudo das práticas educacionais não escolares ou suprimidas da história, pois este estudo gera um conceito de Educação Popular que não se limita à universalização da escolarização promovida pelo Estado, e que se tornou a chave da noção de Educação Popular nas obras de História da Educação oficial. Para a realização deste segundo objetivo, utiliza como fonte principal de dados os jornais Libertários, circulantes à época.
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