Análise da transição agroecológica via métodos participativos: o caso de um grupo de famílias do assentamento Três Pinheiros sede, Sananduva, RS
Resumo
No atual contexto da agricultura tem se fortalecido o modelo de produção iniciado na
década de 1950, baseado na utilização de tecnologias “modernas” e que elevaram a
produtividade mediante pacotes tecnológicos, incluindo sementes melhoradas,
fertilizantes químicos, agrotóxicos, mecanização, crédito, etc. tendo como
disseminador, dentre outros, os agentes de assistência técnica e, sobretudo, via
métodos difusionistas. Na década de 1980, com base na critica a esse modelo de
produção, passou-se a discutir e buscar alternativas que levassem em conta práticas
e métodos mais sustentáveis, dando início a formatos de agricultura de base
ecológica. Os assentamentos de reforma agrária que poderiam ser exemplos
positivos de uma agricultura mais sustentável, pelo contrário, tem adotado o modelo
da agricultura moderna, ou seja, a mesma que tem excluído muitos agricultores
familiares nos últimos anos. O Assentamento Três Pinheiros em Sananduva (RS),
após a elaboração do Plano de Desenvolvimento do Assentamento (PDA) no ano
2010, apontou como alternativa, dentre outras, a criação de um grupo de famílias
para a transição agroecológica. O objetivo deste trabalho foi apontar e descrever os
métodos utilizados para realizar o processo de transição agroecológica de um grupo
de oito famílias mediante métodos participativos. Concluindo-se que os métodos
mais participativos geraram conscientização e envolvimento das famílias, via
processo de ação e reflexão, porém demanda de maior tempo e apoio constante do
agente técnico, e este por sua vez deve respeitar o tempo necessário para que
ocorra a mudança pretendida.
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