Cobre e zinco no solo: crescimento e parâmetros fisiológicos em videiras jovens e aveia preta
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2017-11-10Metadatos
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A Campanha Gaúcha do Rio Grande do Sul é uma das principais regiões vitivinícolas do Brasil que sofre com fatores climáticos propícios para o desenvolvimento de doenças fúngicas foliares da videira (Vitis vinífera). Normalmente o controle dessas doenças é realizado com sucessivas aplicações de fungicidas a base de cobre (Cu), tais como a calda bordalesa, o que gera acúmulo de Cu no solo até teores tóxicos às videiras e às plantas que coabitam os vinhedos, como a aveia preta (Avena strigosa Schreb.). Nos vinhedos da região da Campanha Gaúcha, a toxicidade do Cu às plantas é constatada em teores disponíveis no solo relativamente baixos, se comparados a outras regiões vitivinícolas do mundo, o que se deve às características dos solos da região que, geralmente são arenosos, ácidos e com baixo teor de matéria orgânica do solo (MOS). Para reduzir a quantidade de Cu aplicado nos vinhedos, tem-se utilizado fungicidas alternativos à calda bordalesa que possuem zinco (Zn) na sua formulação. Como o número de aplicações de fungicidas ainda é elevado, tem sido observado aumento do teor de Zn em solos de vinhedo que já possuem alto teor de Cu. Em razão disso, o objetivo dessa Tese foi avaliar o efeito da adição combinada de teores elevados de Cu e Zn em solo arenoso da Campanha Gaúcha sobre o crescimento, o estado fisiológico e as alterações morfológicas do sistema radicular de plantas de videiras jovens e aveia preta. Para isso, foram realizados três estudos em casa de vegetação utilizando Argissolo Vermelho, com 5,4% de argila e 0,9% de MOS. Os estudos I e II foram realizados em vasos contendo 4,0 kg de solo com plantas de aveia preta (30 dias de cultivo) e videiras jovens (60 dias de cultivo), respectivamente, e os tratamentos consistiram de 0, 30 e 60 mg Cu kg-1 combinados com a adição de 0, 15, 30, 60, 120 e 180 mg Zn kg-1. O estudo III foi realizado em recipientes do tipo Rizobox, contendo 2,4 kg de solo, com plantas de videiras jovens (60 dias de cultivo) e os tratamentos foram 0 e 120 mg Cu kg-1 combinados com a adição de 0, 120 e 240 mg Zn kg-1. Nos estudos I e II, determinou-se o acúmulo de matéria seca de raízes e da parte aérea, os teores de Cu e Zn nas raízes e na parte aérea e a translocação destes metais das raízes para a parte aérea, a fluorescência da clorofila a, os pigmentos fotossintéticos e a atividade das enzimas antioxidantes. No estudo III, além das referidas análises, foram avaliados a morfologia do sistema radicular e as trocas gasosas realizadas pelas plantas. Em todos os estudos, as videiras jovens e a aveia preta apresentaram retenção de Cu e Zn nas suas raízes, diminuindo a translocação para a parte aérea. Contudo, nas maiores doses de Cu e Zn de todos os estudos foi observado diminuição do crescimento das plantas e eficiência fotoquímica associada ao decréscimo no teor de pigmentos fotossintéticos. Além disso, foram observadas alterações nas trocas gasosas e no sistema radicular das videiras jovens no estudo III. Em todos os estudos, a atividade das enzimas antioxidantes foi maior em doses intermediárias de Zn, indicando a ativação do sistema antioxidante. Porém, a condição de estresse em tratamentos com altos níveis de Cu e Zn não foi revertida. Desta forma, embora os teores de Zn atualmente observados em condições de campo na Campanha Gaúcha ainda estejam em níveis inferiores aos tóxicos às plantas, os solos arenosos de vinhedos dessa região que já estão contaminados com Cu, poderão ter seu efeito tóxico às plantas de videiras jovens e aveia preta potencializados à medida que o teor de Zn no solo aumentar. Para diminuir o potencial fitotóxico do Cu e Zn em solos arenosos de vinhedos da Campanha Gaúcha é imperativo utilizar práticas de manejo com objetivo de aumentar a capacidade de adsorção desses metais no solo e diminuir a adição de Cu e Zn. Isso só será possível utilizando manejo do solo que permita aumentar os teores de MOS e manter o pH do solo próximo ao ideal para a cultura da videira (6,0), além de utilizar estratégias de controle preventivo de doenças, de rotação de princípios ativos e, especialmente, de modos de ação de fungicidas.
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